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O Vilão pode ser rejeitado pela sociedade?

Jessé Salvino Cardoso.

O viajante ao viajar busca entende-se melhor a si mesmo e ao olhar o mundo em outras perspectivas. O autoconhecimento é ainda uma das facetas do longo processo que é a viagem em si.

Trata-se de uma fuga não declarada dos problemas familiares e cotidianos que azedam semanas e dias, e a fuga serve para isso, cada viajante parte em busca de uma aventura que possa viver em paz e tranquilidade durante alguns dias da sua vida.

A busca por aventura ou experiências agradáveis deve também fazer parte do pacote, é uma parte importante de todo o processo, é um esforço para sair da rotina, e requer planejamento e outros detalhes como preparar malas. Nesta coluna, em especial irei fazer uma longa introdução acerca do vilão.

Como podemos definir a figura do vilão?

A resposta dessa pergunta em apreço deve ser dividida em três etapas:

A primeira, em especial trata do aspecto sociológico da existência do vilão. Neste caso o vilão foi rejeitado pela sociedade ao redor da qual faz parte, pode ser uma fina ironia. Mas a sociedade , em termos claros sempre está disposta a construir seus próprios inimigos.

A rejeição ou marginalização desses sujeitos, na verdade assume a função de elemento base para a concepção errônea de injustiça, partindo deste modus operandi; Ele passa a desejar uma vingança sem um motivo que lhe seja justo ou exato na prática.

A segunda etapa, por sua vez lhe confere uma outra representação de cunho filosófico ou religioso. Ele é considerado em suma , uma representação autêntica do Mal, apesar de advir da dimensão religiosa ou filosófica indica que se trata de uma reprodução direta do meio natural, se quiser dar uma concepção darwinista ou evolutiva.

Em acordo, com visão popular do Mal, os vilões não são marginalizados conforme pensa a visão sociológica do aspecto anterior, mas dá ao Mal o aspecto somente simbólico ou semântico do mesmo. O vilão como uma representação amplia a profundidade de sua origem ou nascimento.

Em narratologia e nos estudos de literatura e roteiro, um vilão é a encarnação do mal em relatos históricos e trabalhos de ficção. Cumprem o papel de antagonista ante o herói/protagonista.Geralmente é uma figura ardilosa, que utiliza suas habilidades com o intuito de prejudicar alguém ou conseguir algo que deseja de formas escusas. Muitas vezes com planos, que são aplicados ao longo da trama, prejudicando normalmente o protagonista, mas ao término, é de praxe que para ter um final aceitável aos olhos do público, o vilão tem seu plano arruinado de forma heroica pelo personagem principal.

Em última etapa, sempre realiza a maldade com uma eficaz imaginação criativa. Na Literatura e no Cinema ,ele costuma parece um sujeito genial, mas de onde advêm essa genialidade?

Considerando que o dever de uma pessoa criativa assim costuma ser dividir sua capacidade para o bem-estar coletivo, para o vilão torna-se o oposto do referido acima. A intenção da genialidade para o Mal, é uma forma de contenção.

Essa imaginação criativa pode ser considerada um atributo do Mal que lhe foi repassado no processo de representação, a maldade não deve ser vista como um mero acidente, mas como algo que foi construído tijolo por tijolo.

Isso não deve ser visto como uma interpretação forçada, mas como algo bem concreto, é relevante dizer que a maldade não é um produto da marginalidade, mas um produto de uma escolha pessoal bem definida e adaptada a uma realidade social ou individual. Se for uma realidade pessoal, ele deve assumir os riscos dessa escolha, pois a cada escolha existem grandes riscos.

Se for uma realidade coletiva, nesse caso os risco são ainda maiores,a definição literária enxerga um sujeito capaz de condicionar uma realidade a seu serviço, compartilhar um projeto ambicioso de posse e coisas desta natureza.

A definição advinda da Literatura, nos concede uma amplitude nos contornos do vilão, ao dizer que visa somente destruir uma realidade implica verificar de que realidade ele vai atacar na esquina da existência, ele vai usar a sua força de vontade que seria assim uma forma de poder, mas o poder em si tem um formato abstrato e não forma concreta.

A vilania não é uma qualidade e sim escolha de fundo moral, depende exatamente do ponto de vista de quem olha essa questão, ironicamente não passa de um jogo de máscaras metafóricas que elementos jogam entre si, em busca de saída para suas angústias interiores.

Na verdade original, o vilão sofre não uma marginalização, mas um esvaziamento pessoal de sua dignidade e virtudes que já teve uma vez em sua vida. Esse esvaziamento é um caminho sem volta , é um processo de deterioração da moralidade e da dignidade humana, onde os tecidos do bom senso e do equilíbrio se destroem rapidamente.
Em vias de conclusão caro leitor, essa longa introdução visa assim prepará-lo para a longa série que breve virá acerca do vilão bíblico, na linha de raciocínio traçado acima. Assim desta forma o vilão em questão será compreendido por todos. os aspecto assim levantados dizem o mínimo possível sobre o vilão ainda que enfatize uma linha de pensamento quase jurídico.E ninguém é obrigado a aceitar esse pensamento , mas se houver outro similar aceitamos suas sugestões para maiores entendimentos, prezado leitor.

Algum leitor pode pensar o vilão é uma mera construção pré-moldada pelo Mal, mas isso é um dado relevante para definição pessoal sobre o assunto em questão.Caro leitor nos acompanhe em nossas colunas e entre seus amigos divulgue-as durante os anos que passam ao longo do caminho. Até a próxima coluna , caro leitor.

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