Por José Namboretti.
O dia a dia nos tempos de hoje é vivido com uma intensidade nunca antes experimentada. Para a maioria o dia parece curto, com menos de 24 horas. Não são poucos os que gastam mais de três horas locomovendo-se de casa para o trabalho e vice-versa. Há quem posterga o retorno, segue para a escola ou um evento extra. Durante o percurso experimenta-se convívio, mesmo que momentâneo. O homem se esbarra com a mulher, a disputar espaço com igualdade; nesse momento esquecem as diferenças. Envolvem-se em empurra-empurra para conseguir entrar no veículo e possivelmente ter um lugar para sentar.
“Depois de um dia estressante, bom seria conseguir um assento, mas conseguir entrar no ônibus já é bom”, comenta Beatriz.
Sem esperança de poder sentar, afirma que raramente encontra lugar. O que mais a aborrece, no entanto, é ver os homens sentados enquanto as mulheres viajam em pé.
“Cadê a cortesia masculina? Tem cabimento uma coisa dessas? Quão corajosos são esses homens que não se abalam?”, indigna-se.
Nem todos os homens se sentem bem no assento vendo uma senhora viajando em pé. “Quando percebi que ela estava em pé com bolsa enorme, queria segurar, mas achei melhor liberar o assento para ela”, comentou Eduardo Pereira Jr., que cedeu seu lugar.
Para José Antonio, no entanto, o lugar é de quem chegar primeiro: “Cara, cheguei antes! Não vou ceder coisa nenhuma. Igualdade para todos”, conclui, revoltado.
José Namboretti, Jornal Choraminhices.
Caro José belo texto Parabéns, segue minha análise constante de curtos textos aqui trazidos, seguem um padrão, um comovente Relato de Experiência que dialoga como um rio e suas constantes afluentes, como o grande Nilo e seus muitos córregos, inicialmente com Garcia Márquez como o seu “Relato de um Náufrago” e também dialoga com a obra de Leonardo Padura” O Homen que Amava os Cachorros” e expandindo com Karl Ove Knausgard “Minha Luta” tal imaginação é requintada e tem poucos Diálogos mas existe Comoção.