Por Jahmaycon
A primeira vez que participei da corrida de São Silvestre foi uma emoção indescritível. Desde a infância assistia pela televisão aquele mar de gente na Avenida Paulista e sempre me imaginei sendo uma daquelas pessoas, mas eu achava que seria bem difícil conseguir estar ali, aquele velho pensamento de que teria que ser atleta profissional para poder participar. Conforme fui crescendo e entendendo melhor as coisas, percebi que não precisava ser profissional, mas que precisava conseguir correr 15km. Eu mal corria 2km quanto mais 15.
Quando comecei a praticar corrida de forma desinteressada percebi que seria possível participar de corridas de rua competindo. Não demorou para eu finalmente participar da minha primeira prova e a surpresa foi tanta que me perguntei por que raios eu não tinha feito aquilo antes. A resposta é bem simples: ignorância. A gente cria uma visão das coisas e sem querer fecha nosso olhar para o que está em nossa volta.
Na minha primeira corrida participei de uma distância de 6km. Antes de começar minha meta era não ser o último, mas conforme começamos a correr, percebi que era capaz de disputar posições bem mais nobres. Fiquei entre os 50 primeiros numa competição com cerca de 500 homens. Achei a posição mais que honrosa. Por isso, logo fui atrás de outras, e outras, e outras corridas. Meses depois, veio a decisão de encarar a São Silvestre.
Depois da corrida, quando retornei a minha rotina, estava todo mundo me cumprimentando e perguntando como foi. Até que uma das perguntas foi como fazer para participar. Fui curto e direto: treinar e fazer a inscrição. Quando fiz uma observação sobre o valor exorbitante da taxa de inscrição, a surpresa daquelas pessoas nem tanto foi pelo valor da São Silvestre, mas pelo fato de os corredores de rua pagarem para correr. Acharam um absurdo uma pessoa gastar dinheiro com isso. Nem perdi meu tempo explicando toda a emoção de estar ali, de tentar se superar, de buscar uma posição cada ano melhor e muitos outros pontos positivos que levam 35 mil pessoas a aceitarem o valor da inscrição.
Ao invés de expor o lado bom de competir nessas corridas de rua, fiz um comparativo sobre tudo que as pessoas (especialmente as sedentárias) gastam com lazer, diversão e vícios que muitas vezes fazem mal para a saúde física e mental, exatamente o oposto das corridas.
Não vejo ninguém de olhos arregalados por uma pessoa pagar mais de mil reais em ingressos de shows. Também não vejo essa mesma reação pelo que se gasta numa mesa de bar bebendo com amigos. Cada um tem sua forma de se divertir e nenhum problema gastar com lazer, quando se tem dinheiro para isso. A questão é que há uma cultura entre algumas pessoas que padroniza a sociedade de tal modo, que qualquer situação que foge do que essas pessoas esperam de modelo de vida, gera estranhamento. O mais triste disso, é que muitas pessoas deixam de fazer o que lhes faz bem, para seguir esse padrão e acabam caindo no conto de uma vida vazia em busca de aceitação. Outras ainda pior, entram em vícios que consomem uma boa soma do salário mensal e ainda irá gerar gastos irreparáveis à saúde.
Pagar para correr é apenas mais uma forma de diversão e lazer que cada dia mais pessoas se aventuram, conheço muitos que arregalaram os olhos e que agora fazem parte desse mundo.
Seu texto me fez pensar em como muitas vezes deixamos de fazer o que realmente gostamos só para seguir um padrão imposto pela sociedade, sem refletir sobre o que realmente faz bem para nós. É interessante como, por exemplo, a corrida, que para muitos é um simples esporte, se torna uma forma de se desafiar e encontrar prazer em algo que pode parecer incomum para quem não está nesse universo.
Caro Escritor Jaymaycon digo meus Parabéns, agora vou a crítica do seu Texto, segues Garcia Márquez, e observaste o “Decálogo do Bom Contista” conforme Horácio Quiroga que escrveu em país Latino-Americano.
Aprontaste agora aquilo que desconhecia absolutamente, que nesse aspecto seu texto foi realmente Fantástico esclareceu que para correr era preciso pagar nesse aspecto em São Silvestre.
Esse Relato de Experiência se assemelha ao “Relato de um Náufrago” de Garcia Márquez, e dimensiona as realidades muito Específicas