Por Jahmaycon
Sempre que estou em um local onde vejo crianças pequenas brincando é inevitável não reparar: os adultos limitam demais a liberdade dos pequenos brincarem. Se eu fosse contar aqui todos os exemplos onde vi isso acontecer, daria uma bíblia. Porém, preciso comentar alguns casos mais extremos que precisam ser discutidos. Ainda que alguns tenham certa justificativa, é preciso deixar as crianças explorarem o corpo e o espaço, pois além de ser positivo para o desenvolvimento motor, ajuda em outros aspectos, especialmente o emocional.
A primeira vez que esse pensamento me veio à mente, foi quando um colega de trabalho, na época coordenador pedagógico de uma escola, disse que não permitia que as crianças do 1° ano corressem na escola, pois queria evitar qualquer incidente. Óbvio que sempre prezamos pela segurança, mas o incidente em questão seria uma criança esbarrar na outra, algum tropeçar e ralar o joelho, coisas que deveriam ser encaradas como normais e nada com que se preocupar. No entanto, a preocupação dele não era com a integridade das crianças, mas com a queixa dos pais posteriormente.
Essa superproteção está chegando a níveis assustadores, pois ele me relatou que os pais chegam raivosos e ferozes na escola, querendo a cabeça do culpado por seu filho chegar em casa e relatar que caiu na escola. Os pais querem agredir um culpado, como se isso fosse exemplo de proteção paterna.
Devido a essas situações, ele, e muitos outros profissionais, optaram por não deixarem as crianças livres para correr. Acham mais seguro limitar o desenvolvimento da criança do que encarar os pais. Esses pais não se comportam diferente quando estão no papel de supervisores da brincadeira. Se a criança se aventura um pouco mais na corrida, sempre acham um motivo para impedir que isso aconteça. Conforme a criança cresce um pouco e adquire uma certa independência, os motivos para prendê-los em casa vidrados na tela são outros: podem ser raptadas, atropeladas ou os vizinhos podem reclamar do barulho.
O único lugar seguro acaba sendo o quarto escuro, com o olhar vidrado na tela do computador ou do celular.
Com tantas limitações na infância, como esperar que tenhamos adolescentes felizes, ativos fisicamente e capazes de se relacionar com os outros de maneira espontânea? Muitos se tornam presa fácil às influências de pessoas mal intencionadas que atualmente agem muito mais na internet do que pessoalmente, afinal, essas pessoas sabem onde há mais vítimas em potencial e menos vigilância. O corpo está “seguro” dentro de casa, mas e a mente?
Meus Parabéns Jahmaycon pelo seu texto, o fato de brincar em corridas e machucados sempre vão ocorrer como bom resultado do pleno desenvolvimento da Criança segundo Carl Rogers e outros pensadores da Educação, valorizar esse desenvolvimento advém da Família e da Escola, como Docentes não podemos cercear esse desenvolvimento, o correr da criança prepara ela mesma para vida como adolescente e Jovem.
É melhor brincar do que ser escravo do Celular, pois em Média os Jovens Brasileiros passam 9 hors no mesmo e não percebem é uma forma Moderna de Escravidão em “Sociedade do Cansaço” de Biung Chul Han isso é trabalhado
Pois é, 9 horas é muita coisa e vejo que boa parte desse tempo é incetivado pelos pais.
É colega falou tudo, mas hj em dia eu sou uma das piores mais que tem no nosso condomínio pois, deixo o meu filho brincar lá fora e as”outras crianças” quando se desentendem com o meu os pais vêem querer caçar brigas pq os alecrins dourados dos filhos não fazem nada só o meu. Afinal não posso dar mais minha opinião em grupos pois no final tudo vira contra minha família e viva os bonitinhos lá do nosso condomínio
Nessa questão de deixar seu filho brincar, está super certo. Mesmo que seja minoria, se está correto deve persistir. Afinal, eles aprendem a lidar com vida em sociedade. Alguns pais preferem prender para não ter o trabalho de educar, orientar e corrigir. Oriente seu filho a conviver, mas não o prenda porque os outros não sabem orientar.
Perfeito!!!
Obrigado!