Você é a favor de cotas?

Por Davambe.

 

Museu Afro Brasil

Localizado no Parque Ibirapuera, em São Paulo (capital), o museu mostra a diversidade da cultura africana em manifestações por ela produzidas, o papel dos africanos como trabalhadores essenciais, evidências das transformações religiosas ocidentais para acomodar a religiosidade africana e a presença do sagrado e profano nas festividades, e ainda reúne momentos históricos nos quais personagens negras se destacaram ou foram fundamentais, como Machado de Assis, Juliano Moreira, João Cândido, Carolina Maria de Jesus, Milton Santos, entre outros.

Falar do Museu Afro Brasil não é fácil. Estar no local é um presente que qualquer um pode desejar. A alegria e a tristeza entram em fusão, deixando-nos sem saber o que é realidade e o que não é. Remete-nos a pensar nas atrocidades do Ocidente para com o povo africano. É difícil acreditar que o povo ocidental, tão culto e tão cristão, tenha desgraçado os negros, aprisionando-os como passarinho, despindo-os de dignidade. A colonização deixou-nos um legado triste e marcas horríveis; apesar de terem-se passado muitos anos de independência, ainda continuamos a viver como assimilados e amarrados em correntes, impossibilitados de nos locomover, repetindo sem questionar o que recebemos. Um dos problemas é a cota para ingresso nas universidades, embora o nosso colonizador não tenha declarado na Constituição a segregação racial, se é que assim se pode falar. Aquelas pessoas que foram trazidas do continente africano como máquinas para trabalhos insalubres continuam com poucas chances de visibilidade.

O local é um santuário do conhecimento, que nos convida à reflexão sobre a importância do homem negro no desenvolvimento do Brasil, instrumento de trabalho na exploração de minérios, cana-de-açúcar, algodão, café e outros produtos de interesse ocidental. O museu traz também as conexões da diáspora africana de um modo geral. O plano de dispersão do homem negro não estava restrito ao nosso país, mas onde era necessário extrair riquezas do solo e subsolo. Vários países colonizados se beneficiaram do trabalho escravo, como os Estados Unidos, por exemplo.

O Museu Afro Brasil fica na Avenida Pedro Álvares Cabral, Parque Ibirapuera, Portão 10,
São Paulo/SP, Brasil, CEP 04094-050, Tel.: 55 11 3320-8900, site: www.museuafrobrasil.org.br

www.choraminhices.com.br