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Por Davambe.
Parece-me que a vida de adulto é triste, cheia de contradições. Minha mãe sempre ensinou-nos a respeitar outros seres desde criança. Crescemos levando essa orientação a sério, mas agora que tenho treze anos, posso orgulhosamente me considerar um pré-adulto e estou muito entusiasmado e desanimado ao mesmo tempo. É esquisito, é uma sensação estranha. A alegria se mistura com a tristeza, é demais. Nunca pensei que fosse assim. Comecei a ser ajudante do meu pai. Não é fácil, acho que é pior ainda para o meu pai. Ele vai subindo naquelas árvores que me deixam zoado, zonzo mesmo. Sempre que olho para cima acabo caindo de costas e já fico preocupado em imaginar que um dia será eu passeando lá em cima. Enquanto isso tenho que achar as minhocas, derrubo um monte de terras até conseguir pegar algumas, depois descemos ribeira abaixo para pegar peixes no rio. Hoje vi meu pai muito feliz, sorridente, a exibir aqueles dentes brancos que raramente mostra para alguém, na bem da verdade ele é meio zangado. Pulava e gritava de alegria, mostrando o peixe que havia fisgado, devia de ter uns cinco quilos, foi o que meu pai orgulhosamente falou. Chorei, foi então que meu pai quis saber. Afinal aquele momento devia de ser de alegria, um peixe daqueles era garantir de almoço. Chorei. O que foi, meu ajudante, está com medo de carregar o peixe? Choroso continuei, pensava comigo, aquele peixe devia de ter família, uma esposa e filhos. A partir daquele momento deixava uma viúva e órfãos ao, sua família passará a viver como? Dá para viver sem pai ou mãe que seja? O que será deles sem um pai para alimentá-los?
Como é a vida de adulto? É negar a vida de outros seres? Voltei para casa amargurado, choroso. Se eu pudesse escolher não queria ser adulto, queria continuar adolescente, eternamente.
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