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Por Jessé Salvino Cardoso.
As celebrações a vida sempre são bem-vindas, costumam revelar com intensidade o verdadeiro perfil dos celebrantes e dos celebrados, na coluna anterior comentei acerca do perfil do celebrado, os celebrantes por natureza são festivos, pois, uma celebração traduz uma mentalidade de mudanças e posturas adequadas ao momento.
E ao celebrar, queremos a ideia de novidade que vem sempre junto com a festa, os participantes da celebração traduzem suas emoções e sentimentos com certo grau de serenidade aos outros que também integram a celebração, ao mesmo tempo em que se celebra, busca esquecer-se do passado ou do ano que se termina.
Legalmente, uma festa por natureza é uma quebra da rotina comum dos celebrantes, que se esvaziam de si mesmos e de suas preocupações comuns ou profanas, e partem rumo a algo que seja superior ou que seja no mínimo sagrado ou puro.
Essa busca que deveria ser cotidiana, mas em uma sociedade materialista os interesses pelo espiritual se desvanecem com rapidez, essa equação clara e evidente demonstra que a celebração apenas fica no calendário e nada mais acrescenta a vida dos celebrantes, mas fica na lembrança comum e coletiva de mais uma celebração, onde selfies, fotos e imagens ficam na memória.
Basicamente, o perfil do celebrante pouco importa, a mentalidade capitalista acabou norteando todas as formas de celebração coletiva da humanidade. A visão estreita acerca da espiritualidade nessa época realmente é relevante, pois os líderes religiosos por sua vez capricham em seus discursos religiosos convidando a humanidade para um momento de reflexão.
Realmente o discurso religioso de um pastor, padre ou rabino ganha a forma de uma pisca alerta automotivo, sinalizando que é necessário para um pouco pensar na vida, seriamente e no possível futuro onde ninguém ainda pisa com seriedade. Usualmente igrejas e templos ficam cheios nessas ocasiões, onde pessoas aflitas esperam ouvir algo relevante que os leve a reflexão.
A reflexão geralmente faz seu papel de levar o interessado ouvinte a um autoexame moral e cultural do seu ano que está sendo finalizado com celebrações ou comemorações coletivas. Usualmente, segundo um cantor cristão reformado pentecostal “as pessoas procuram Jesus no lugar errado”, com certa razão ele apontou para realidade crônica em todos os Natais.
Cabalmente, os filmes de Natal também apontam a mesma coisas que o cantor: a celebração em si mesma é uma mera reunião social, a visão dos cineastas simplesmente revela que o ano bem difícil como foi este, requer um ponto de parada e cineastas mais sérios ainda vão além, apontam sempre uma crise existencial em seus filmes antes da celebração natalina.
A postura dos cineastas em especial do filme “Dragão do Natal”, o cineasta John Glyde se propõe a dizer que na Europa Medieval, a órfã Ayden recebem um cristal mágico de um ELFO à beira da morte. Ele a avisa de que o Norte perdeu sua magia e que ela é a única que pode salvar o Natal. Ela reúne seus amigos e partem em uma perigosa jornada repleta de dragões, ogros e outras criaturas fantásticas que tentam impedir o grupo de alcançar o seu objetivo.
O cineasta por sua vez aponta para um mundo que ficou para trás: ora perdido, ora isolado. A presença da menina órfã indica que a humanidade caminha órfã de valores e heróis, o filme faz com atenção tal sugestão, e por outro lado ironiza a figura dos governantes, que isso fica para outro assunto na coluna de política.
Finalmente, Glyde requer que o telespectador que assista a seus filmes, pare para pensar na ausência da figura importante de um Natal, o Cristo desaparece integralmente deste tipo de Natal. O cineasta procura ser um pouco mais crítico aos Natais, pois ele segue o pensamento de Tolkien ao acrescer dragões, elfos, ogros ou orcs ao seu filme , e claro crianças que são abundantes nessa época do ano.
Assim, ele segue ao pé da letra a música do cantor cristão reformado pentecostal, os dois intelectuais de alguma forma concordam com a temática promovida em suas análises integrais, o intérprete musical indica que algo ainda está errado em sua letra, a humanidade realmente está perdida em busca da tradição que Glyde resgata com vigor em sua leitura cinematográfica.
Mas isso não é tudo, os dois colocam a figura de uma criança em suas interpretações. A figura da criança indica que a humanidade age com certa infantilidade a questão espiritual do assunto, não sei ao certo quantas interpretações são possíveis deste filme, deixo esse espaço para os meus leitores.
O cineasta Glyde como os cineastas sul-coreanos sempre vão além do comum que o cinema exige, nesse aspecto o Natal assume o papel de crise existencial constante em todos os anos que caminha a humanidade, em atalhos, perigos e curvas turbulentas, Glyde aponta que algo também ainda falta e está errado.
Sinceramente, o cantor e o cineasta falam a mesma coisa com duas formas de linguagem com outros focos e desafios, o cineasta aponta para um caminho sério que é relevante para um Mundo líquido conforme pensa o sociólogo Bauman em sua série de livros sobre a liquidez no mundo.
Assim, a convergência intelectual destina apontar uma grande crise existencial coexistindo com a presença das festividades natalinas, os dois intelectuais puderam revelar isso com muita propriedade e profundidade, que a clareza dos tempos pode traduzir a humanidade perdida. Caro leitor priorize na celebração a presença mais importante da festa o Cristo Ressurreto.
Caro leitor muito obrigado por sempre nos acompanhar nesse jornal Choraminhices e também agradeço ao editor Davambe por ter dado espaço nesse meio de comunicação.