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Por Jessé Salvino Cardoso. Foto Márcia Mariano.
A vida é semelhante a uma videira que dá tenros frutos, mas antes devemos olhar todo o processo que ajudou a desenvolver a videira a dar bons frutos. O primeiro momento é semear a semente, simbolizar, dar o seu melhor em tempo oportuno. Muitos de nós às vezes não semeamos no tempo oportuno, e assim concluímos os riscos pesados de uma péssima semeadura.
Visivelmente a boa semeadura traduz em dias felizes ou bem fornidos, onde a posição de intérprete é realmente importante. Semelhante ás lembranças do homérico Laertes que transformou um terreno difícil em um terreno fértil , mas a fertilidade adveio do tremendo esforço do lavrador, sem trabalho não há uma boa colheita, ser digno de um trabalho honesto sempre desafia os desanimados e desgostosos da vida.
Indica claramente que devemos arrancar os troncos e tocos que poderiam impedir uma boa plantação, em seguida adubar todo o terreno com otimismo e boas decisões. A etapa de arrancar os tocos é com certeza a mais difícil na vida de um lavrador, Laertes passou por essa fase complicada em sua carreira com o um lavrador experiente, o ancião lavrador teve que arrancar muitos tocos desse terreno complexo. O processo costuma ser bem doloroso, mas o resultado final costumeiramente é de boa qualidade.
Diante das próximas etapas, nós como lavrador devemos estar preparados para os cortes e as decisões futuras. A próxima etapa adubar o terreno, pouco de nós como humanidade queremos adubar nossas relações sociais com atitudes que comprovem nossa fidelidade, não somente com palavras, mas com ações definidas que ajudem a vida do próximo. Adubar simbolizar remover do terreno pedras e torrões de terra.
E esse trabalho é menos penoso que o anterior, mas requer paciência e virtudes como perseverança e bondade que a humanidade nesses dias carece como nunca precisou desses dois atributos divinos que foram doados à humanidade, mas essa doação tem certo preço que foi pago. Laertes entendeu que devia adubar o terreno, com o adubo adequado e coerente com o pomar que desejava construir em sua casa.
Infelizmente, em nossas relações sociais colocamos pouco adubo para melhorar essas relações tão complexas e duvidosas, pois cerceamos nossas relações com a desconfiança e a incerteza que bem atrapalham essas relações por horas importantes para nossa vida.
Realmente, Laertes como um lavrador experiente entendeu todo o recado dado, e se colocou como um lavrador que entendia às duras realidades que envolvem á natureza como veículo de sobrevivência humana, ele viu que deveria realizar diversos esforços particulares em prol do pomar que já tinha desenhado em sua mente.
Assim trazendo todos os símbolos da plantação para a vida cotidiana, primeiro arrancar os tocos em nossas relações em qualquer uma delas, amizade, relação conjugal, os tocos tipificam exatamente nossos medos, incertezas, inseguranças e outras coisas tão pequeninas que destroem a vida.
E arrancar os tocos incluir derrubar a nossa arrogância original, que pode destruir a longo prazo, essa tal assassina qualquer boa relação humana interpessoal que esteja em boa saúde. Parece que o velho lavrador Laerte entendeu bem o recado. Depois vêm outras duras etapas que se sucedem com certa fidelidade autoral e escriturária incomum.
As etapas logo passam como um conto ligeiro mosaico, e de sol á sol, chegamos ao momento glorioso da colheita que todos se regozijam com muita alegria, em razão disso marcam as festas e celebram com músicas e sinfonias diferentes o momento tão benéfico da colheita. O lavrador sempre recordará esse momento anualmente com um tom de felicidade comum a quem semeia e a disposição de quem colhe com humor.
Cada colheita é uma colheita, diferente da anterior que a precede, comumente os lavradores pouco percebem a diferença, pois o pesado trabalho cotidiano serve como mais motivação e reação a dura lida da semeadura, e ao que parece o Aedo Homero visita com frequência os cenários bucólicos refletindo um gosto interessante pela rasteira vegetação e pelo cheiro das flores e o canto dos pássaros.
O poeta se encantou com esse cenário perfeito ao retratá-lo várias vezes em seus dois poemas épicos: Ilíada e a Odisséia. A profundidade ao retratar esse esplêndido espaço natural em que priorizou a harmonia entre a humanidade e a natureza. Em terras do Sul encontrei os mesmo cenários trabalhados nas obras homéricas com estilo e profundidade estética.
Legalmente, Homero olhou sua obra como quem podia ver o futuro da humanidade, nisto parece que acertou, em cada linha poética sua escondia, séculos de existência humana, e suas palavras realmente pareciam uma profecia a ser entendida e compreendida ao longo dos séculos por leitores e intérpretes ousados advindos de diversas formações acadêmicas e cosmovisões.
Honrosamente, ao recuperar o Aedo Homero e o lavrador Laerte busco remontar a longeva história da Humanidade, a partir da poesia que cantava os vencedores e viajantes, e a lei da semeadura do qual toda humanidade é sujeita a ela sem sombra de dúvida. Ao tratar de temas cotidianos, recupero a ideia brilhante do Eterno Retorno do qual o filósofo Nietzsche e o mitólogo Campbell trabalharam com tanto afinco e criatividade célebre.
E sem as longas semeaduras não haverá vinho e alegria no Sul, nem feijão no Sudeste, nem ainda tapioca no Nordeste ou açaí no Norte como bem sabemos é necessário que os numerosos e valorosos lavradores vençam as crises que assolam o nosso país nesse momento, e que rogam por uma reação contínua advinda do povo que padece por fortes sofrimentos.
Isso indica para que as colheitas possam vir dependam de ações coordenadas de uma liderança que busque um caminho para solução para as demandas populares que incomodam a todo país. Sem semeaduras jamais haverá boas colheitas que alegram somente os desanimados e tristes.
Talvez, seja útil ouvir Homero e o seu lavrador sábio e arguto Laertes falarem votos e condicionantes desfavoráveis para as demandas da vida coletiva e individual que se ocupam os corações e as mentes durante os longos anos, e Homero sempre está disposto a dizer algo que seja relevante ao mundo bem líquido e desigual segundo Zigmunt Bauman sempre frisa em seus textos e artigos. Ouvir Homero mais uma vez deve apontar para uma solução possível quando realmente precisamos de sua sublime sabedoria.
Assim, se encaminhamos para um possível final para essa coluna ou artigo como você queira entender, meu caro leitor, em primeiro lugar devo agradecer sua sinuosa paciência em ler esse longo artigo, e extraiu o melhor que pode extrair disso para sua vida cotidiana. Em segundo lugar, desejo registrar minha fidelidade para com você meu caro editor Davambe que tem buscado me entender em minhas idiossincrasias de articulista iniciante e precipitado. Como as dicas de leitura, quero aqui deixar claramente como livros indicados: a Odisséia e a Ilíada de Homero, Isto Não é Um Diário de Zigmunt Bauman e tenha uma boa leitura e reflexão, e finalmente a terceira consideração, caros leitores emitam suas opiniões acerca das colunas aqui escritas contamos com seu apoio.