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Por Elias Sousa
Telhas das pernas da escravidão.
Tijolos da argila moldada pela mão.
Cimento prensado que fortalece uma prisão.
Janelas fechadas num dia de verão.
Cotidiano indistinto da vida na televisão.
Inverno sem fogueira no acalento de corpos.
Dormíamos num chiqueiro, lama, mal cheiro e nos abrigávamos em porcos.
Comíamos suas tripas quando com fome estávamos.
Doença derivada da transa.
Peste perniciosa que Deus não nos livrava.
Ateísmo proveniente de uma lua da alma, branca como a neve e assim penso que não me espere… Espere!
Canos danificados do saneamento embolorado.
Bichos escrotos no meu encalço.
Patas de barata no meu rosto inconsolável.
Cão sarnento, gato enlatado, perfume de peixe e boca de bueiro o buraco do inferno que cospe ao clamar: “não jogue lixo ou vai alagar”.
Cama de gato onde dormíamos esperando a tarântula gigante vir nos pegar.
Lagartixa amiga que vem nos salvar.
Mija na minha pele e acordo com ferida.
Mosca estranha que pousa na minha cabeça.
Deposita as fezes,
Ovos de parasitas.
Dos quais nos deliciávamos no café da manhã.
E saímos saltando como rã.
Vamos logo trabalhar,
Pois o sapo cururu nada resolvera,
Sua língua não alcançava o besouro na planta,
Só que adorava outras espécies que traziam riquezas… grande ironia.
Limpe o chão,
Lave a louça,
Arrume a casa,
Senão quando voltar
Ira apanhar
Com espada de São Jorge,
Pois és um dragão folgado,
Que só come,
Bebe e dorme,
Não passa de um parasita de homem.
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