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Por Jessé Salvino Cardoso. Foto Ilustrativa Yury Shanshin.
O viajante ao viajar busca entende-se melhor a si mesmo e a olhar o mundo em outras perspectivas. O autoconhecimento é ainda uma das facetas do longo processo que e a viagem em si.
Trata-se de uma fuga não declarada dos problemas familiares e cotidianos que azedam semanas e dias, e a fuga serve para isso, cada viajante parte em busca de uma aventura que possa viver em paz e tranquilidade durante alguns dias da sua vida.
A busca por aventura ou experiências agradáveis deve também fazer parte do pacote, é uma parte importante de todo o processo, é um esforço para sair da rotina, e requer planejamento e outros detalhes como preparar malas. Nessa viagem que vamos fazer caro leitor, um teólogo e pianista clássico são a mesma pessoa, com propósitos diferentes. Como um pianista excelente apresentou a inúmeras plateias ao redor da Europa , o Cristo da Cristandade Protestante por intermédio da música clássica. Em suas apresentações usa do humor e objetividade como mecanismo para atrair seus ouvintes, e ai meu caro leitor lhes faz a seguinte pergunta:
Qual maneira ele usa para atrair seus ouvintes em toda Europa?
Em primeiro momento, o sábio músico adentra ao auditório com apartes engraçados e tiradas bem cômicas , que muitos no auditório caem nas gargalhadas; parece que essa sacada ajuda aos ouvintes a se sintonizarem ao ambiente musical.
O músico parece querer ousar em um território que não é dele, o humor em especial o cômico para poder atingir o tangível que a sua música iria alcançar naquele momento.
Em segundo momento , o músico se sintonizaria a música que seria tocada daqui a alguns momentos no espaço do futuro que seria ocupado. O espaço que era dado ao futuro demonstra infinitamente pequeno diante das músicas , músicas que tocariam nos corações dos ouvintes. Sua sintonia traria harmonia ao instrumento e o músico que se tornaria em um só. Ao adentrar no palco , já conhecia as músicas , em termos claros sabia todas uma por uma. Mas para onde vai o Cristo encontrar seu lugar?
O Cristo entraria em cena nas músicas tocadas por ele. O mesmo assumiria seu papel central mediante o esforço do músico, jamais desapareceria daquele lugar. Em todas as músicas ele apareceria como o personagem principal. Cantaria seu nascimento , sua vida e sua morte e ressurreição. Entoaria o cantus firmus do Calvário .Talvez, o músico poderia errar uma nota no piano, a possibilidade de erro era inevitável , a importância maior não era a melodia em si , mais, era a mensagem do Cristo.
O cantus firmus do Calvário, era mesmo falar da morte do Cristo detalhe por detalhe usando Beethoven, Bach e outros grandes nomes da música clássica, com muito humor e sabedoria. As convicções do músico em questão, em tese comprovam que ele sabe como usar a arte e as sinfonias. No ínicio parece assombrado com imenso auditório á sua espera, em certos momentos foi sugerido que entrasse com uma seriedade compatível á música clássica que tocaria em seguida, mas ele sabia como deveria fazer tudo naquele momento. Saindo do assunto central, caro leitor assim retornou ao segundo tema secundário.O piano que papel, ele iria exercer á contento?
Somente cumpriria seu papel de instrumento, ou seja, serve somente para ser tocado e nada mais. Segundo a perspectiva do músico não haveria melodia ou sinfonia, a sabedoria musical se fez presente.
Segundo o estudioso e crítico musical Alex Ross comentou acerca dos pianistas e seus desdobramentos musicais em seus concertos públicos, e considerou que cada pianista obedece a uma ideologia suspeita, parece que nisso tem certa razão.
Ross sugere que a integração entre o músico e o piano é insuperável e devem ser seguidas á risca o piano sempre cumpre seu papel. O crítico aponta para o mundo e para o futuro a manutenção da música clássica, parece que o nosso pianista segue as recomendações em linha reta. Demonstrar isso é realizar a perfeita melodia e combinar elementos distintos em sua essência.
Como vejo os três se combinarem?
Vejo-os como o tema da música, o músico e o instrumento, caro leitor, a ousadia do músico foi além do esperado. Concordo plenamente com o crítico musical do New Yorker. A combinação foi perfeita e sugere que tudo foi planejado com antecedência, com profundidade e exatidão comuns aos críticos e ensaístas do mundo literário.
O tema foi infalível em seu propósito, o Cristo foi ouvido e entendido com uma melodia profunda sem dó maior ou mi menor, o pianista foi exato nesse aspecto. Por outro lado o piano foi exato em suas sonoridades e ondulações detalhistas. A sequência musical segue nota á nota sem falhar, em uma capitulação genial, nos momentos que se seguiam ali no palco.
A sabedoria de um e a ousadia de outro combinaram no sucesso de sua música em toda Europa, caro leitor se apropriando da coluna, convido você a ler O Resto é Ruído de Ross e a entrevista de Kevin Vanhoozer na revista Teologia Brasileira. Caro leitor nos acompanhe em nossas colunas e entre seus amigos divulgue-as durante os anos que passam ao longo do caminho. Até a próxima coluna , caro leitor.
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2 Responses to O Piano, Cristo e a Música