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Por Jessé Salvino Cardoso.
O viajante ao viajar busca entende-se melhor a si mesmo e a olhar o mundo em outras perspectivas. O autoconhecimento é ainda uma das facetas do longo processo que e a viagem em si.
Trata-se de uma fuga não declarada dos problemas familiares e cotidianos que azedam semanas e dias, e a fuga serve para isso, cada viajante parte em busca de uma aventura que possa viver em paz e tranquilidade durante alguns dias da sua vida.
A busca por aventura ou experiências agradáveis deve também fazer parte do pacote, é uma parte importante de todo o processo, é um esforço para sair da rotina, e requer planejamento e outros detalhes como preparar malas. Nessa última viagem, visitei a casa da tia Denny, quem encontro por lá o primo Alex e sua família.
Alex é um primo boa praça, alegre e sempre disposto e ainda reside no bairro que eu nasci, o gigantesco Jardim Catarina é um dos maiores bairros do Estado do Rio de Janeiro.
Reacendendo as reminiscências da infância, Alex quando solteiro sempre gostou de agradar as crianças de diversas formas; algumas vezes comprava brinquedos ou quebra-cabeças, pois com eles atraía montando junto a elas por horas á fio, sabia exatamente como diverti-las; outra maneira que ele tinha de agradar era comprando as famosas jujubas como forma sensível de agradar as muitas crianças da família, entre primos de segundo grau e sobrinhos.
Para ficar fácil o grande número de crianças que se agregava a família Cardoso em épocas de Natal e Ano Novo, ele usava duas estratégias pré-definidas: a primeira ele dividia as crianças em grupos de três e assim dava os quebra-cabeças, e ás vezes supervisionava a brincadeira e outra vez brincava juntamente com eles. Ao brincar com eles, buscava assim buscava restaurar uma época da sua vida que ora andava perdida ao longo das brincadeiras, um processo psíquico que realizava com muito cuidado.
As crianças já sabiam que sempre o primo viria trazendo alguma novidade, e se preparavam para isso, e existia todo um interesse por parte das crianças acerca da vinda do mesmo.
A segunda estratégia era bem diferente da primeira, em termos práticos, ele já sabia de tudo que acontecia antes de sua chegada, pois já ligava antes para saber como foi o ano letivo de cada primo ou sobrinho participante, verificando se tinha ido bem ou mal na escola. Depois de tudo isso, esse processo cerimonial, então começava a compartilhar sacos com jujubas para cada um. Segundo Alex, as jujubas representavam as notas boas tiradas a cada bimestre, algumas crianças saiam infelizes com os resultados.
O primo fazia tudo de acordo com resultados anuais, pois o saco de jujubas nada mais era que um incentivo para cada criança que estivesse por ali de passagem.
Alex recorreu à sabedoria familiar para obter boas estratégias, semelhante a um jogo. Nesse caso consegue articular tanto os jogadores como o próprio jogo, o mesmo cria aspectos relevantes em cada partícula do processo. Ele associa as verdades da tradição com as experiências boas de sua geração, essa experiência configura um emplacamento moral com virtude pessoal. Alex previamente sabe que nossa família existirá mediante a multidão de crianças que ali em sua frente.Acredita que seu trabalho e ligação conservarão para sempre uma tradição familiar por outra perspectiva jovem, não mais dos anciãos como meu avô Mica, tal concepção sabe com consciência que perdurará por séculos á frente do presente que se fazia atuante naquele momento. Em termos práticos, a virtude consiste em pensar exatamente no futuro, no qual ele também fará parte, essa virtude é vista como reflexo de uma geração que sabe o seu papel.
O jovem demonstrou com elegância e inteligência o que realmente aprendeu ao longo do caminho, as crianças segundo ele eram os símbolos cheios de concretude da esperança que carregava dentro de si. O jovem estava embasado em dois autores excelentes um historiador Johan Huizinga e um filósofo Ernest Bloch, o primeiro em sua obra Homo Ludens defende o aspecto lúdico da humanidade a partir dos muitos relatos e dados históricos.
“A existência do jogo é inegável. É possível negar, se quiser, quase todas as abstrações: a justiça, a beleza, o bem, Deus. É possível negar-se a seriedade, mas não o jogo.”E Alex por lado também adota o ideal do livro Príncipio Esperança do filósofo acima referido, e adotaria como crença em um futuro próximo e exato que estava á caminho, da qual ele estaria participando.
Caro leitor e amigo deste jornal , convido você assim a pensar com o lidar com o presente e com um futuro que já desponta , o analisado dessa coluna dá dicas como lidar com as duas etapas do tempo.
Ele indica posições possíveis que devem ser tomadas e ao mesmo tempo abre para as outras , e aproveito aqui que o meu caro leitor faça a leitura destes dois livros acima referidos e até a próxima coluna.
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