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Por José Namboretti.
Ele; bonito, jovem, honesto e trabalhador. Orgulho para seus pais, que não se cansavam de elogiá-lo. Também era filho único. Cresceu naquele lar a correr de um lado a outro, até que cumprindo as exigências da natureza, imitou ensinamento dos pais. Construiu sua família, com Anita Makuakua João, menina prendada. Todos comemoraram “Viva Deus! Nosso verdadeiro pai, que nunca se cansa em atender nossas orações. Ele não se detém, prontamente apresenta solução a quem o solicita”. Tocaram os tambores.
Mas o tempo é cruel às vezes, e tem a mania de modificar as atitudes e fisionomias das pessoas. Alguns conhecem posteriormente essas mudanças, outros deixam a natureza se manifestar em suas vidas. Foi o que aconteceu com ele, Joaquim João Makuakua, aos 34 anos começaram a aparecer cabelos brancos em sua cabeleireira.
“Parece que caiu neve sobre a sua cabeça”, disse sua esposa.
“Pois, amor, é a idade!”, comentou ele, que tentava arrancar os fios brancos.
“Vamos pintar!”, ela sugeriu.
“Nem pensar. Pode esquecer”, ele não era muito simpatizante a tingimento de cabelo. Não houve quem o convencesse.
Mas Deus faz a roda girar, o tempo passar e mantém o caminho livre para que todos viagem com folga para o mesmo destino: futuro. Que experimentamos de minuto em minuto, horas em horas, dia após dia, meses e anos. E muito rapidamente alcançamos o amanhã, às vezes, num piscar de olhos, até. Com Joaquim João Makuakua não foi diferente. Os cabelos brancos foram ocupando o lugar dos cabelos pretos, sem pedir licença, também, mesmo que pedissem quem fala a sua língua para escutar e entender?
“Amor, vamos tingir esse cabelo. Já comprei a tinta”, dizia entusiasmada a dona Anita Makuakua João.
“Amor, esqueça isso. Estou bem assim.” Dizia ele, que teimava de qualquer maneira para não pintar o cabelo.
Joaquim João Makuakua queria com toda a sinceridade continuar com o cabelo branco, queria se ver velho. Mas embora tivesse cabelo diferente da época da juventude, não era tão velho assim, já contava com seus 45 anos quando a dita neve se apossou.
“Pelo amor de Deus, Joaquim, pinte esse cabelo.”
Seus amigos não se furtavam em troçá-lo, insinuavam existir no mercado vários produtos que pudessem recuperar a cor original.
“Mas quem falou que quero tingir?”, ele perguntou, ignorando os conselhos dos amigos.
“Joaquim, deixa disso, homem.”, disse o amigo recomendando a marca de um produto que ele também usava.
Ninguém conseguia convencer o Joaquim, até que, indo a um shopping com a esposa, o vendedor ofereceu-lhe cadeira para sentar enquanto ela escolhia a roupa.
“Seu pai pode sentar ali.“, disse o vendedor ávido e entusiasmado para faturar.
Ele era muito calmo, dirigiu-se a cadeira e sentou. Mas sua esposa não se conformou. A partir daquele momento, tomou uma decisão, assim que chegaram em casa começaram uma nova rodada de negociação.
“Pinta cabelo”
“Não!”
“Sim!”
“Não!”
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