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A busca por aventura ou experiências agradáveis deve também fazer parte do pacote, é uma parte importante de todo o processo, é um esforço para sair da rotina, e requer planejamento e outros detalhes como preparar malas.
Nessa coluna pretendo me apropriar da última viagem mais uma vez, e nessa apropriação analisar e refletir sobre a vivência com um tio um pouco mais especial, tio Ronaldo que é artista no sentido pleno da palavra. Ele pinta quadros e outras produções artísticas do mesmo quilate.
Em tudo que faz no que concerne a Arte, ele como um artista pleno mescla harmonia cromática em suas pinturas, cada uma melhor que outra, nunca disponível á venda. Nesse ínterim de minha estada em sua casa, observei detalhadamente cada quadro em especial, e nesse momento me surgiram algumas perguntas:
Qual escola artística ele faz parte? A que movimento de Arte Nacional ele participa indiretamente? Qual motivo o leva a produzir tantos quadros e telas?Em que momento ele teve acesso ao mundo artístico de museus e exposições? Por que nunca teve um curador ou marchand que cuidasse de sua carreira como artista?
Como sobrinho naquela ocasião oportuna lhe levou um presente tendo em vista seu aniversário naqueles dias próximos sobre o qual falarei no final da mesma. Retornando a dimensão filosófica das perguntas, vou olhar aqui em dois aspectos bem distintos e exatos, mas buscar exatidão na Arte é algo complexo dizem os historiadores e filósofos da Arte.
Então irei ao primeiro aspecto a ser friamente analisado, e já responde algumas perguntas acima referidas, num primeiro momento ele me parece um artista independente em todos os termos exatos, como um artista independente, faz uso de tudo que já aprendeu em Arte, não é um artista que divisa viver da Arte pela Arte. Esse ponto de vista ele sustenta com letras garrafais, e por sua vez não participa de nenhum movimento. E pode perceber em suas pinturas a presença das Vanguardas Europeias e o movimento Pau-Brasil.
A independência declarada do artista já denúncia à visão de mundo que ele possui remonta um pouco da sua formação rústica, nesse momento tem certa interferência. Essa formação conduz a plenitude exata de sua arte expõe uma mentalidade produtiva que não aceita possíveis definições de seu trabalho.
O segundo concorda um pouco com o primeiro, já que cada artista pode criar o mundo que quiser quando estiver com o pincel e as tintas em sua mão, cada um faz seu Gênesis na dimensão artística, essa dimensão criativa concede ao mesmo tempo uma liberdade ao criador.
A diferença do primeiro para o segundo reside na reflexão sobre a liberdade criativa, todo artista possui essa liberdade, ela é um direito da criação em qualquer meio de divulgação.
Essa liberdade é um benefício articulado no mundo artístico e por sua vez também responde as duas últimas questões acima propostas ao leitor, o artista não é obrigado a expor o que produz a público nenhum e comprova também a ausência total de marchand ou curador para o mesmo. A necessidade de marchand ou curador surge somente quando o artista pretende divulgar e vender seus trabalhos em diversos locais, em galeras e museus ao redor do mundo, nisso o artista compartilha os lucros de seu trabalho com esses dois profissionais que o apoiam em sua empreitada.
A vivência com esse artista abriu meus olhos para olhar o futuro por intermédio da Arte como atmosfera analisada por Hans Belting e considera um “fim” graças ao anacronismo que os artistas ao redor do mundo realmente praticam ao longo deste século tão fragmentário e fragmentado.Ronaldo e outros artistas de nosso tempo, se baseiam exatamente nesse anacronismo da História da Arte pregado por Hans Belting para fundamentar seus trabalhos artísticos e se apropriam da ideia de Pós-Modernidade para criar outras Gênesis com novos formatos.Em linhas de término dessa coluna vejo que não é um fim propriamente dito da Arte como exercício de estética, mas observo que ocorre a mudança de vasos e conteúdos desses vasos que formulam a situação , tirando todo ônus existente.
Caro leitor acredito que você deva estar esperando nossas dicas de leitura que são duas O Fim da Arte de Hans Belting e o Fracassinho de Gary Shteyngart e faça uma boa leitura e até a próxima coluna.
Escrevo com assiduidade neste jornal acompanhe minhas publicações.
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