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Antes do Sol

Por Davambe.

soll2Dois amigos, André e Bento, que viviam juntos como pescoço e colar, levantaram cedo, antes de o sol nascer, para caminhar naquela terra de esquisitices e frescores. Para lá da baixada, não longe de São Vicente, perto de Santo António. O céu estava nublado, a parecer prometer nunca deixar ninguém ver o sol. Andaram mais de sete quilômetros. Encontraram nas andanças um aliado para queimar calorias. Estavam comprometidos com a manutenção do peso do corpo e diziam que tudo o que era ingerido deveria deixar o corpo, andar era uma das alternativas de expulsar a gordura. Já imaginou o que é caminhar com um saco de cinco quilos nas costas? Quero imaginar não, concluía o outro. Estranhamente o tempo mudou bruscamente, enquanto caminhavam tranquilamente. Começou a esquentar, a fazer um sol cada vez mais intenso, ardente. Você trouxe protetor solar? Perguntou um dos amigos, mas ninguém se preocupou em protetor solar, o dia estava mais para chuva do que sol. Estavam descalços e não havia sombra nenhuma. Como não aguentavam pisar o chão quente, um trepava  no outro e continuaram a viagem, era um troca, troca. Quando um se cansava, trepava outro, até que chegou um momento insuportável.  Caíram no chão quente. Foi então que apareceu um carro com duas meninas oferecendo carona. Subiram. “Deixaremos vocês próximo à vossa residência”, disse uma voz. Imediatamente entraram no caro, interessados pela carona e as moças. Um carro climatizado, certamente. Que beleza, era tudo o que desejavam, estavam dentro do carro com as duas personalidades. Não se cansavam de agradecer, só pode ser benção de Deus, concluíram em uníssono.

A viagem foi maravilhosa, tranquila até a residência. “Só pode ser obra de Deus,” alguém repetia calado, só em pensamento para ninguém ouvir. Os dois amigos convidaram as duas moças para entrarem na casa para tomarem um refresco. Imediatamente todos desceram, sem oferecerem resistência, aquele calor sugeria mesmo um refresco ou algo bem gelado. “Ah, Deus é bom demais,” pensava uma das moças. Foram os quatro para o refresco. Tomaram-no. As duas moças tiraram as máscara e anunciaram: “isso é um assalto”. Não eram moças, mas dois homens fortemente armados, trancaram-nos no banheiro e reviraram a casa, carregando tudo de valor.

Os anjos se tornaram demônios. Felizes, saíram tranquilamente. Deixando a residência virada de cabeça para baixo com os dois homens trancados no lavabo.

Os assaltantes estavam tranquilos dirigindo seu automóvel com objetos, quando o pneu furou, foram obrigados a descerem para concertá-lo. Momentos depois, um gajo fingindo ser mecânico parou o carro. Estacionou atrás do carro deles e anunciou: “isso é um assalto, todo mundo quieto!” Foram passando os objetos e dinheiro roubados para o carro de outro ladrão mais perigoso ainda do que os dois. Os mascarados foram assaltados por um mais forte que eles.

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