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Os Negociantes e a Política

Por Jessé Salvino Cardoso.

negocioNeste artigo se propõe a discutir atentamente a política em suas múltiplas facetas. Na perspectiva antropológica a política pode ser vista em três ângulos diferentes, mas que se interagem entre si ao longo da História da humanidade, tal interação abre um conjunto infinito de nuances que produziram tipos e ideologias, que assim permeiam nosso pensamento quando tocamos no assunto.
Que o leitor pode olhar com mais atenção, nas linhas seguintes: no ângulo ocidental que abrange todo o continente europeu, onde se nasce ás origens da democracia que temos conhecimento.
Após termos concluído as colunas da série da Antiguidade Clássica, e agora inicie sobre a política nos meandros da Idade Média. Caro leitor até agora falei da maioria de classes interessadas na política de vassalagem da Idade Média, mas infelizmente o negociante foi negligenciado, por inúmeras razões nada razoáveis.
E agora decidi tocar no aspecto econômico dos feudos e impérios medievais, a figura de grande relevo nesse momento e o negociante que vendia as inúmeras mercadorias aos camponeses, artistas, moleiros e ferreiros de um feudo por um bom tempo, depois ele e sua família perambulava as vilas e seguia seu rumo em direção a outro feudo em prosperidade na busca de novos clientes e interessados em suas mercadorias.
A pessoa do negociante em certo ponto durante as guerras feudais e contra muçulmanos, nunca fora respeitado segundo fontes seguras, e procurando entender os motivos desse grande desrespeito.
As linhas de pensamento podem ser várias e só me aterei á duas dessas linhas: a primeira linha de entendimento acerca dos negociantes permite entender que o negociante como moleiros e camponeses de certo ponto absolviam uma antipatia aos senhores feudais e imperadores que lhes cobravam pesados impostos; os negociantes nesse aspecto como motor da economia medieval tinham certa razão, mas um exemplo fácil desse período, era assim um negociante chegava a diversos feudos ou espaços livres e organizava sua barraca rudimentar e expunha suas mercadorias.
Num feudo e ali ficava um mês ou seis meses procurando fazer seu papel de vendedor e durante esse tempo se sintonizava de forma enviesada como os assuntos da semana nas aldeias e vilas ali nas vizinhanças, e essa sintonia facilitava de certo modo motins e rebeliões, e quando o senhor feudal descobria exigia que todos integrantes fugissem ou morressem era somente essas duas opções e nada mais.
A segunda linha de pensamento sugere que os nossos negociantes negavam qualquer envolvimento com a política local e suas nuances, o que mais lhe importava era vender essas mercadorias e bugigangas e nada mais; segundo essa ótica nublava automaticamente que os negociantes vinham a ser rebeldes e seguidores de lutas camponesas, esse retrato negativo talvez conviesse aos governantes e a classe política, em outros termos, deixar os políticos em paz era seu lema, para não se pensar em problema com os seus futuros clientes em cada feudo ou vila que eles entravam com suas famílias.
Segundo nossa análise, as duas vias de interpretação são certas e percebe aí claramente um desprezo frio dos senhores feudal e dos imperadores para com a economia sem que afetasse seus interesses e lhes desse um respaldo para um governo bem aristocrático e nada democrático, mas ao que parece os negociantes não dava á mínima moralia para a mesquinhez desses senhores. O seu dever era fazer circular as mercadorias, essas múltiplas preocupações fazia deles meros participantes ocasionais dos dilemas sofridos pelos feudos e vilas em toda Europa, nota-se sua participação positiva e negativa em política como comprova as menções acima referidas.
Eles diferentemente dos feirantes gregos que participavam da vida política das pólis, ele representavam a negação total aos políticos em seu momento histórico. Eles detinham os interesses de uma maioria sofrida e tragada por um mal-uso do poder e ao mesmo tempo desafiava essa putrefata ação senhorial que corrompia a igreja e seus padres. Em decorrência desses fatos, as relações com á massa camponesa era muito turbada fazia anos e realmente ninguém poderia a sua situação.
Nem os ferreiros poderiam interferir nesse drama, só os camponeses sofriam amargura das pesadas taxas e impostos , essa afirmação caí por terra mediante a situação referida aos negociantes nas linhas acima. Numa espécie de crônica do fracasso anunciado, eles buscavam saídas aonde pudessem achar em prol de sua sobrevivência em mundo nas ruínas e se via sinais de novas ameaças em todos os lados, era necessário resgatar a humanidade de seu período de escuridão.

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