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Por Jessé Salvino Cardoso.
Após termos concluído as colunas da série da Antiguidade Clássica, e agora inicie sobre a política nos meandros da Idade Média. Até agora foi falado sobre algumas categorias sociais e a política, mas por um lapso esqueci completamente dos silenciosos ferreiros que eram a verdadeira “força oculta” que movimentavam os feudos europeus e que sustentavam as elites e as camadas populares com armas como espadas e lanças.
Tenho duas perspectivas para olhar atentamente acerca dos ferreiros, pois no período medieval, as lendas e contos acerca dele eram bem numerosos em toda Europa Medieval, entre eles o mais conhecido era o de Siegfried e o dragão. Os contos, em especial expunham sua ligação com os quatro elementos e com o poder de manuseio do metal como forma de controlar a riqueza advinda da produção de armas.
A primeira perspectiva observada, se atentarmos para o aspecto mítico o ferreiros em todas as lendas e contos, eles ficavam cobertos por essa aura mítica, e observando ainda mais eram todos campônios e tinham casas retiradas dos vilarejos em alguns casos, e todos os soberanos buscam por uma espada poderosa junto a eles, em razão desse afastamento dos feudos, o poderoso e nobre desejavam certo sigilo, em termos subentendidos seria uma forma de segurança.
A segunda ser verificada, e o silêncio absoluto reinante entre os ferreiros acerca da política, que ainda sustentando as guerras feudais e as Cruzadas, não davam nenhuma opinião acerca das ações militares decididas nos palácios e fortalezas medievais, Esse silêncio, em certo ponto é preocupante porque como uma pessoa envolvida em guerras abster-se de falar sobre o assunto, seria uma escolha ou uma opção forçada, os historiadores de guerra nunca falam sobre isso, acredito que tenham algum receio ou dúvida acerca do assunto em apreço. Devo considerar que o seu silêncio intensificava as relações com o palácio e os autorizava a agir em nome do soberano em alguns serviços de espionagem e de teor misterioso, ou em outras vezes comprovar certa valentia diante de desafios ainda não vencidos pelos exércitos ou militares. Esses desafios de fato coexistiam por tanto tempo, e ninguém se propunha a mudar o cenário oposto.
As duas óticas acima referidas nos concedem um espelho claro acerca dos ferreiros como força oculta dos senhores feudais e grandes imperadores medievais. Devo aqui considerar como um aliado não declarado do sistema político desse período da História, pela seguinte razão no fracasso declarado da massa camponesa a respeito da política, hipoteticamente os ferreiros assumem esse papel de diálogo com os poderosos.
Na verdade os ferreiros são a oposição em relação aos moleiros, considerando os últimos realmente preocupados com a realidade da vida camponesa nos feudos. Para somente os poderosos essa velha disputa entre as duas categorias sociais, em termos, os poderosos ganhavam tempo com isso, os ferreiros necessitavam á posteriori vender sua mercadoria não importa se a oposição ou situação, digamos nos dias de hoje seria como o PMDB em nosso país. Essa alimentação de armas para exércitos e camponeses insatisfeitos, dava certa vantagem sobre as situações descritas como peças de um imenso tabuleiro. Para o ferreiro ás vezes era justo considerá-lo como neutro, em outros momentos não. Isso evidenciava a situação de impasse em que ele se encontrava, esse fenômeno chama golpe baixo. Essa deve uma das inúmeras razões que os historiadores em sua maioria se calam á respeito desse personagem da História Medieval, o mais pensado acerca dos ferreiros é que foram pessoas sérias , de uma moral exemplar e de pouca relação com as superstições e a religião, essas marcas pessoais seriam adequadas ao ancião.
O cinema por outro lado explora bem a caracterização do ferreiro, alguns cineastas o pontuam com anciãos e seu jovem auxiliar bem impetuoso, em contraponto outros dispõe de uma imagem estilizada de um estrangeiro que chega aos vilarejos e ajuda as populações oprimidas, considero como um exagero como visão que a sabedoria vem de longe, no caso aqui referido acerca do ferreiro.
São visões equivocadas acerca de um personagem não muito bem delineado da Idade Média, mas nada as tais imagens remetem a ideia de um alguém disposto a mudar realidade com certo passado obscuro. Assim concluo a minha coluna acerca dos ferreiros e a política da Idade das Trevas.
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