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Por Jessé Salvino Cardoso.
Ainda comentando sobre a última viagem que fiz a minha cidade natal, me fez parar por um momento, com razão os limites não devem ser ultrapassados e nem contornados pelos padrões do politicamente correto. Assim deve-se olhar em duas linhas de pensamento diferentes: a primeira a imposição de limites advêm dos antigos anciãos e sociedades primitivas que se preocuparam com os valores sociais e morais, para dar uma diminuição em hábitos animalescos de uma sociedade. Em tal esforço os anciãos ditam as regras a ser praticadas por comunidades e sociedades ao longo dos séculos, sem questionamentos ou dúvidas.
A segunda traz á lume á causa da existência desses limites, nenhum povo sem a ideia de proibição não existe por um longo tempo, em razão dos excessos nela praticados, sociedades precisam de limites, pessoas carecem de limites e instituições também. De certo modo o limite um traço eficaz para evitar desordens civis e transtornos sociais. Neste caso as duas instâncias vigoram na compreensão social e histórica de limites, o uso da expressão linha indica preocupação em romper com ordem constituída, os bandidos e criminosos são o grupo que sempre rompe normas em nossas sociedades ocidentais.
E mais recentemente os nossos jovens e adolescentes vivem nesse paradoxo apoiados na evolução tecnológica e na ausência de limites dados pelos pais mais velhos e experientes, e que as escolas e igrejas sofrem á míngua com essa quebra de limites e de tabela o conceito de convivência social é quebrado.
Mas retornando a viagem a cidade natal, entende-se que o inúmero limite ou linhas. São na verdade procedimentos para a família, para serem respeitados e praticados por todos seus membros. E nesse caso especifico somente os membros mais velhos cabem evocar esses limites e integrar a ancestralidade lusitana a modernidade brasileira e latina, e os jovens da família buscam realizar essa integração, que demanda boa vontade e disposição de todos envolvidos. Nesse caso a viagem em questão requer um pouco de tato para se entender o processo detalhadamente.
Se não for um membro da família jamais entenderia esse processo pela lógica cartesiana regular, em momentos certos a família também guarda segredos e esquetes cômicos para ser recontados e repetidos para a posteridade, essa forma de demonstrar alegria e felicidade por estarem todos juntos num ameno ambiente que se respira bons sentimentos. Em que retratos e fotos compartilham somente os momentos felizes da coletividade e união familiar.
Apreciar esses momentos revigora o espírito e dá um novo ânimo para o futuro ainda incerto que está por vir, mas ele secunda o ambiente e certezas que coisas boas hão de acontecer.
Essas esperanças marcavam a mentes de todos que ali estavam presentes assim presenciando a chegada do Ano Novo, e desta forma revigorando pactos e relações sociais que ao longo do tempo são alterados ou rompidos por inúmeras razões nem sempre justas .
E assim os anciãos da família buscam a cada ano, conservar esses limites ou linhas, para evitar transtornos e tristezas que podem assim advir entre os netos, bisnetos e a futura posteridade que está por vir. A isso deve a grande preocupação com os limites
Os anciãos se preocupam friamente em manter os detalhes minuciosamente , essa preocupação tem uma razão , manter os limites para eles é seguir uma tradição que estreita as relações por ora desgastadas .
Nesse caso o não ultrapassar a linha requer dizer atentamente tenha cuidado com as tradições advindas da ancestralidade original, e esse diálogo é necessário para com as novas gerações, para evitar conflitos futuros.
Em via de conclusão indico a você caro leitor o livro “Não cruze essa linha” de Salman Rushdie, essa leitura vem de encontro ao tema trato por essa coluna no dia de hoje.
Espero que você caro leitor leia e goste da indicação, e até a próxima coluna desse jornal.
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