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Os Políticos devem ouvir todas as vozes?

Por Jessé Salvino Cardoso.

padreNeste artigo se propõe a discutir atentamente a política em suas múltiplas facetas. Na perspectiva antropológica a política pode ser vista em três ângulos diferentes, mas que se interagem entre si ao longo da História da humanidade, tal interação abre um conjunto infinito de nuances que produziram tipos e ideologias, que assim permeiam nosso pensamento quando tocamos no assunto.

Que o leitor pode olhar com mais atenção, nas linhas seguintes: no ângulo ocidental que abrange todo o continente europeu, onde se nasce ás origens da democracia que temos conhecimento.

Após termos concluído as colunas da série da Antiguidade Clássica, e agora inicie sobre a política nos meandros da Idade Média.  Até agora foi falado  sobre  algumas categorias sociais e a política, mas por um lapso meu caro leitor, não tratamos ainda da religião  especificamente e a sua relação com a política. Mas faço aqui uma pergunta séria: Como deve ser a relação da política e religião?

Em primeira instância, deve ser pensado como algo distinto um do outro em questão. Em toda Idade Média, o cristianismo nesse momento praticado associou o poder político ao divino, em que bispos e cardeais diziam que o poder  político era de certo ponto emanado do divino, e para que os governos fossem aprovados pelo sobrenatural, se fazia necessário se submeter ao poder administrado pela Igreja e seus órgãos.

Em segunda instância, a igreja e o cristianismo medieval queriam somente usufruir do trabalho pesado de camponeses e artesãos dedicados a construir catedrais que eram uma mão de obra abundante em toda Europa e adotar sua doutrina e anexar inúmeras propriedades a seu erário, e isso demandava um conjunto de monges que   coletavam assim  as muitas indulgências como vendas de perdão.

Segundo os  historiadores   e estudiosos diversos  o período foi selado com as sombras  de uma Peste Negra e uma crise na produção de alimentos, os historiadores defendem que as Cruzadas em tese eram na verdade uma forma de escoar a população em busca de outros territórios, e ao mesmo tempo expandir esse cristianismo tecido com a política.

Considerando somente os  interesses acima mencionados, eu defendo uma ideologia diametralmente oposta ao defendido por monges e padres medievais, acredito que seja necessária uma divisão entre política e religião  no âmbito  geral, para beneficiar uns e outros. Esses elementos reacendem a uma mentalidade mercantilista e   utilitária  que se apropriou de tudo que era alheio através de métodos e ações nada elogiáveis.

Caro leitor a mentalidade da época cadenciava as ações tanto individuais como coletivas, digamos que os poderosos nobres se ocupavam com a política para extrair privilégios e vantagens e ainda os padres canalizavam uma parte desses privilégios para si, em acordos nada confiáveis.

Os padres e monges de diversas ordens se apropriavam de propriedades de meeiros endividados em diversos momentos dessa gigantesca Idade Média. O uso de poder abusivo advindo das classes clericais para com a população produziu uma massa de descontentes que se rebelavam contra esse sistema abusivo e corrupto, pois a corrupção era o lema dos sacerdotes e monges desse período.

Em alguns negócios operados pela igreja, a corrupção dava laços longos e dominava tanto o alto como baixo clero. Os estudiosos condenam essas posições inadequadas tomadas pelos clérigos, concordo plenamente com eles, é realmente comportamentos incoerentes a função eclesiástica. Tal incoerência trata-se nada mais de que um grande desrespeito para com camponeses e artesãos sofridos e amargurados com uma vida monótona e marcada por agitações nas aldeias e vilarejos.

O erro era advindo de políticos que estavam dispostos á tudo para continuar usufruindo dos benefícios e privilégios e de cardeais avarentos que queriam cada vez mais e mais sem olhar para as consequências contínuas com a população sofridas ao longo de mil anos.

Considerando todas as situações mencionadas, e certas que o Estado e a Religião vivam em compartimentos separados em uma sociedade democrática e consciente de seus direitos e deveres cívicos, mas vivemos em um tempo que parece um retorno a Idade Média com ascensão dos fundamentalistas em países ocidentais e os radicais nos orientais. Lamento essa ascensão desmedida, em que o Ocidente tem passado como berço da Democracia por alguns anos reprova a união de Estados e grupos religiosos, provam que nossa busca por caminhos democráticos ainda continua em diferentes momentos e inúmeras nuances do exercício do poder.

Em via de conclusão, o político não deve se associar ao líder religioso. Mas os tempos são outros e assim caminha a humanidade, que deve sempre buscar novas alternativas ou vias de soluções para somente os problemas emergentes que já são muitos. Os políticos devem aprender a ouvir todas as vozes advindas de diversos segmentos sociais e tirar dali soluções viáveis.