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Sabotando e destruindo a oposição sem vacilar

Por Jessé Salvino Cardoso.

camponesComo os aldeões e nobres viam a política na Idade Média?

Essa pergunta pode ser respondida de diversas formas, e perspectivas. E no primeiro momento me preocupo em ver na ótica camponesa. Os camponeses e aldeões viam que eram governados e administrados de cima e não de baixo, seria um pensamento marxista, mas era bem essa realidade natural das coisas na Europa da Idade Média.

Os camponeses somente ficavam recurvados a lavoura, e apenas discutiam os assuntos entre si, e não havia uma participação intensa dessa classe social, pois parece que o poder político não possuía vínculos com os pobres, mas isso era um fato concreto. Por outro lado, se discutia em que o poder não tinha uma visão integral de democracia, resquícios de um tempo passado.

E os nobres participavam do poder político de forma integral, que viam a necessidade de dominar o cenário político que não beneficiava a todos, eles eram a elite da sociedade na época, e tinham que tirar vantagem de tudo que estava ao seu alcance. Essa nobreza via o mundo aos seus pés, e não tinha menor apreço pelas camadas pobres, ou por sofredores da área rural. E via a política como um jogo, negar tais realidades era aceitar uma manipulação comum aos poderosos da época. E os militares nada faziam a respeito, a não ser proteger nobres inescrupulosos e medrosos feitos crianças mimadas esperando que agrade seus desejos funestos. E parece que hoje isso se repete fielmente nas sociedades ocidentais como um retrato fiel dos textos medievais em ação. A mentalidade continua sendo alimentada com doses homeopáticas do contrário popular, que é um esforço tremendo e até mesmo um risco para os que tentassem desafiar o sistema da época.

Retornando aos aldeões como contraponto da nobreza, não tinham força para combate a opressão da vassalagem grosseira do sistema imaturo e cruel das classes soberanas, e sem saída ideal ou real, agiam como ladrões nas estradas de toda Europa, ou aceitar ficar recurvado ao longo da vida, pareciam sem opções, uma vida canonicamente agrária, sem mudanças reais ou reações para recobrar espaço nesse jogo da política, sem forças se dobravam ao poder da nobreza eclesiástica e militar, e aceitavam suas decisões.

Pode se dizer que as funções políticas na época dos castelos, que era somente um benefício à nobreza, sem bônus a população que sofria progressivamente nos campos ao longo de suas vidas, nenhum filósofo articulou a participação popular.

Em termos práticos, não existia uma liderança carismática no restante da sociedade, considerando ainda que os camponeses bem articulados facilmente a nobreza dava a morte como presente, sem pestanejar. Toda forma de rebelião era contida, pois nesse período, qualquer descontentamento popular era sinônimo de fracasso real.

O caminho mais fácil era destruir a oposição sem vacilar em pouco tempo. Os monarcas e cortesãos viam nos aldeões como inimigos irredutíveis e sua mão de obra abundante e nada mais, não havia uma possível reconciliação entre nobres e pobres.  O exercício do poder era um exemplo claro desse panorama da Idade Média, sem ideologias aldeãs para atrapalhar os projetos individuais dos governantes, assim foi construído o sistema feudal embasado em acordos, fidelidades e negociatas entre os nobres do velho mundo, sempre se negligenciou a presença do campo e das aldeias no núcleo duro da política de vassalagem. Os nobres sabiam ao confiar nos camponeses, o poder da vassalagem falharia e cairia em um fracasso total jamais recuperado.

O uso do poder dava ao nobre inúmeras regalias, como a hereditariedade no poder e um sistema de clientes e dependentes de suas misericórdias ali como residentes em seu castelo e gozando de suas benesses.

E entende-se que somente a Idade Média sofreu os efeitos de uma oligarquia cruel e faminta pelo poder a qualquer preço, sem mudanças drásticas possíveis.  O mundo naquela época refletia uma luta de classes que se desdobraria no mundo atual, não nenhuma lição para tirar da Idade Média para dias atuais.

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