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Por Jessé Salvino Cardoso.
O viajante ao viajar busca entende-se melhor a si mesmo e a olhar o mundo em outras perspectivas. O autoconhecimento é ainda uma das facetas do longo processo que e a viagem em si.
Trata-se de uma fuga não declarada dos problemas familiares e cotidianos que azedam semanas e dias, e a fuga serve para isso, cada viajante parte em busca de uma aventura que possa viver em paz e tranquilidade durante alguns dias da sua vida. A busca por aventura ou experiências agradáveis deve também fazer parte do pacote, é uma parte importante de todo o processo, é um esforço para sair da rotina, e requer planejamento e outros detalhes como preparar malas. E parte rumo á rodoviária ou aeroporto, e os trâmites aí envolvidos.
Nas minhas viagens anuais a minha cidade natal tento fazer um curto diálogo com o passado, digo que a cada ano, o diálogo de fato é prolongado e frutífero de onde analisa e compreende algumas realidades acerca da família em destaque, essa compreensão advém dos detalhes que podem ser analisados e observados ao longo da viagem.
Os detalhes se configuram como fontes inspiradoras de diálogos intermináveis com parentes e conhecidos que sai de assuntos cotidianos para assuntos de teor mais sério decerto modo dialogando com o passado.
Os diálogos boa parte das vezes eram embasados nas inúmeras lembranças que assim tinham uma quantidade de riquíssimos detalhes que dava vigor as lembranças que eram trazidas á memória aos poucos.
Boa parte delas sempre recorria á imagem do meu bisavô, essa recorrência recordava assim suas qualidades e sua presença como pessoa que ecoava ainda apesar do seu falecimento ha sete anos atrás.
O historiador e ensaísta Roger Chartier certa vez afirmou que era “necessário conversar com os mortos”, pois abria novos horizontes ao longo do tempo e concedia uma infinidade de perspectivas. Mas como assim um diálogo possível com um morto.
Segundo nossa racionalidade hegeliana, Chartier estaria errado em sua essência, mas o historiador acertou em sua afirmação. Retornando ao assunto da lembrança do bisavô, a sal imagem sempre ficará em nossa lembrança.
O diálogo proposto por Chartier seria rever e revisar o nosso olhar sobre o passado com certa profundidade e sentir a fonte inspiradora que ele sentiu ao ler e analisar os documentos que registravam esse passado, não se trata de uma miragem ou algo parecido.
O diálogo permite recorrer a figuras e marcas de nossa existência e configura como um alvo a ser alcançado, ele viu que todas nossas lembranças sempre quando acionadas reativam o passado, e não necessidade de sofrer e amargar sentenças advindas da memória, tal afirmação tem certa sabedoria que reconstrói a partir de ruínas da nossa vida.
Segundo o ensaísta , ao tratar da lembrança de meu bisavô, ele diz que refaço uma reconstrução de sua imagem por intermédio das palavras e emoções resquícios de alguém que marcou nossa vida para sempre. O diálogo com o passado sugere a entrada de um novo tempo, nessa percepção o intérprete sai como beneficiário de algo que pode usar com sua ferramenta de interpretação e compreensão ao longo de sua existência, gozando e usufruindo dos benefícios advindos de uma interpretação equilibrada.
O ponto de vista que vincula ao nosso assunto e a reconstrução da imagem do meu bisavô que possibilitou de certo modo o diálogo com o passado e se adéqua a lidar com a realidade de nossas vidas , caro leitor. E convido você caro leitor a ler a obra do ensaísta A mão do Autor e A Mente do Editor e tenha uma boa leitura , que a mesma venha contribuir para o seu crescimento, prezado leitor e até a próxima coluna.
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