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Por Davambe.
Na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável realizada na cidade do Rio de Janeiro, Crisinia Nhangamuni andou a torcer pela humanidade, da qual tanto se falou naquele congresso, embora lá não estivesse, fez figa para o bem comum.
“Na escola a professora só fala da Rio +20”, comentou ela entusiasmada.
“Eh, filha, é a comunhão universal da necessidade de salvação”.
“Quem precisa de salvação, mãe?”
“O Mundo.”
“É o Leão ou é o Elefante que vai acabar com o mundo?”
A mãe então regressou ao passado para explicar novamente quem estava salvando quem. A Crisinia ficou tão sensibilizada que a partir daquele dia começou a separar as embalagens para reciclagem. Para salvar o mundo.
Mas sua mãe mantinha o hábito de uso de sacolinhas para coletar lixo, armazenar alimentos, entre outras utilidades, era fã. Quando era fornecida gratuitamente em supermercados fazia questão de levar muito mais do que necessário para acomodar as compras. Não tardiamente os estabelecidos deixaram de fornecê-las, criando um mal estar entre pessoas como a mãe de Crisinia.
“Os Supermercados deviam de reduzir o preço do pãozinho por que não estão a fornecer mais a sacolinha”, resmungava Magodane, seu pai, que esperava a participação de todos na campanha de “Sacolinha plástica sem utilidade”.
“Eles davam a sacolinha de graça”, concluiu ela.
“De graça…”
A sacolinha plástica passou a ocupar uma parte da conversa daquela família. Alegavam que devia regressar, que alguém estava se aproveitando ou a levar vantagem. A única pessoa que realmente não estava interessada na conversa era Crisinia, que fazia questão de separar e levar as caixas para reciclagem.
Depois de muitas choraminhices os supermercados ressuscitaram a sacolinha plástica. Ela estava lá de regresso sendo distribuída gratuitamente, como no passado muito recente. Todos comemoram, menos a Crisinia.
“Filha, esqueça isso”, aconselhou a mãe que recorreu ao dito popular “uma andorinha só, não faz verão”.
“Não estou interessado em verão”, disse a Crisinia soluçando “a professora me disse que meus filhos não conhecerão Leão, se não mudarmos a nossa atitude”.
“Oh! Filha, o Leão, aquele rei da selva?”, perguntou zombardeando “é muito bravo, esqueça esse animal”.
O dito de sua mãe foi como uma palmada, uma surra. Crisinia teve febre e caiu em cama doente. Uma semana se fora e não havia remédio. Não frequentava mais a escola. Foi perdendo peso, cada dia ficava tão magrinha. As costeletas ficaram à vista. Seus olhos se destacavam salientes, num corpo franzino e esquelético. Não havia quem não se assustasse. Num dia infeliz não conseguia mais levantar-se da cama. Ficou aprisionada. Foi então que a vizinhança, que acompanhava o seu estado de saúde, começou a organizar uma manifestação contra o uso e utilização das sacolinhas. Enquanto isso a Crisinia padecia, até que quando percebeu a conscientização da comunidade, deu sinal de vida.
Os Supermercados forneciam-nas, mais a população mobilizada já levava os seus recipientes para carregar as suas mercadorias ignorando as sacolinhas.
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