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Você resiste a cerimônia de casamento?

Por Davambe.

casamentoPor muitos anos ela testemunhou o casamento de familiares e amigos, dizia-se que o ser humano, definitivamente não foi feito para viver sozinho, deveria de ter como compromisso também, entre muitos encontrares, encontrar a sua cara metade, alguém com quem se ocupar, compartilhar o silêncio, os momentos de tristeza e de felicidade. Ela passou a considerar a possibilidade de arrumar um amigo, para um compromisso a sério, ou seja, um amigo para confissões, e, que deveria de ser seu esposo no futuro, um marido, afinal há intimidades reservadas somente a pessoa mais próxima.

Enquanto isso, a terra girava em torno do sol, mais uma sobrinha ou um sobrinho nascia. A casa de sua mãe ficava cheia de gente para o almoço de domingo, quem resistia a macarronada da velha? Mas essa gente que disputava o espaço e comida servia mais para relembrá-la de que neste mundo debaixo do céu, ninguém podia viver sozinho, não havia mais dúvida tinha que arranjar um namorado, mas por enquanto só os livros o faziam companhia, passava horas lendo, era uma devoradora de livros. Seus cunhados não se cansavam em dizer “Ih, essa só fica em casa, cuidado! Quem não sai de casa se casa com irmão” e todos riam de morrer.  Para piorar, eventualmente alguém perguntava o que tanto lia naqueles livros. O único jeito que ela encontrava de driblar a situação era ficar sem jeito…

Ana Maria PenaLanga viveu sua solidão, apesar de insistir que aquele que lê não está sozinho. Por muitos anos, um total de 26 anos ficou sozinha, até que num dia desses conheceu Mário, colega de pós-graduação. Aquele Mário apareceu como prêmio e já no almoço de domingo foi apresentado à galera, os familiares.

Com seis meses de namoro já estava no altar para se casar, a igreja estava lotada parecia até que o bairro todo estava lá para assistir ao casamento do ano, com direito a demora da noiva, aquele deixar ficar o noivo por alguns minutos. O noivo impaciente esperava, e a noiva a demorar, afinal, todos que já foram noivos sabem que é licito a noiva fazer o charme, de fazer o noivo e os convidados esperarem além da conta, cada zumbido de mosca todos olhavam a porta e nada de a noiva aparecer. Até que, por último a música tocou… a porta se abriu e ela formosa, toda cheia de graça e poder entrou.

– Linda! – Alguém comentou.

– Nossa que manequim!

– Como ela é linda…

De elogio em elogio foi sendo levado ao altar, o Padre já impaciente sorria forçado.

Então, o Padre leu o sermão e quando finalmente chegou o grande momento que foi de perguntar se ela aceitava Mário como esposo, rapidamente disse “Sim!”, mas quando o padre perguntou ao noivo, este demorou demais para responder, como se tivesse ido buscar a resposta do lado de fora da Igreja, o Santo Padre foi ficando mais irritado, perguntou novamente: “Aceita a Ana como esposa?!”, Mário demorou de novo, até que João Pinalido, gritou e  saiu da multidão correndo ao encontros dos noivos, abraçou e beijou demoradamente o Mário dizendo: “É comigo que você tem que casar”, o silêncio foi total…

Em seguida Ana desiludida abandonou o altar, saiu chorando…

A multidão exclamou em coro:

– Ah!!!

O silêncio voltou a reinar. Houve troca de olhares compartilhados com o silêncio e risos contidos.

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