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A Astúcia de Otávio e como mitigar riscos

Por Jessé Salvino Cardoso.

 

otavioNeste artigo se propõe a discutir atentamente a política em suas múltiplas facetas. Na perspectiva antropológica a política pode ser vista em três ângulos diferentes, mas que se interagem entre si ao longo da História da humanidade, tal interação abre um conjunto infinito de nuances que produziram tipos e ideologias, que assim permeiam nosso pensamento quando tocamos no assunto.

Que o leitor pode olhar com mais atenção, nas linhas seguintes: no ângulo ocidental que abrange todo o continente europeu, onde se nasce ás origens da democracia que temos conhecimento. A partir do tema título pretendo analisar a astúcia usada pelo triúnviro Otávio para alcançar seu objetivo fundar o império em termos bem claros, queria ser o único governante da antiga república e do novo império, mas antes se faz necessário ver alguns passos dados por ele ao longo do tempo.

Em certo ponto, ele pode prever os acontecimentos que viriam á frente, e usar pessoas para certos procedimentos, isso somente o beneficiou ao alcançar esse objetivo. Agora iremos verificar como ele usou algumas qualidades, que foram as seguintes:

  • Oportunismo: Otávio foi de certo ponto um oportunista, considerando seu contexto na República em que o Segundo Triunvirato estava em frangalhos á beira do caos, e os governantes disputavam o poder. Em tal cenário era de fato útil uma força centralizadora que pudesse resolver esse dilema de forma satisfatória e prudente, tirando todos os obstáculos possíveis da situação, e eliminando possíveis candidatos ao poder supremo. Isso hoje é comum entre os governantes tanto regionais quanto globais;
  • Visão: Parece algo comum na política, mas poucos são os que a possuem em sua gestão e as relações diplomáticas favoráveis assim e observo que Otávio adotou de forma diária como uma fórmula para o bem-estar do império. Otávio viu que poderia trazer paz aos países próximos, apesar de ter muito sangue derramado, mas todo projeto tem custos, ele percebia que poderia ser capaz de pacificar a região e eliminar os piratas etruscos que assombraram o mar Mediterrâneo por anos. Essa linha de razão não pode ser desprezada por qualquer cientista político ou historiador pode dizer que os governantes atuais fazem pouco uso dela em seus governos e não aceitam críticas, trata-se de um erro comum do século XXI;
  • Conselhos: O sobrinho de César não dava conselhos, antes buscava receber de outros anciãos e pessoas experientes que pudessem lhe auxiliar no governo, não bastava somente á visão ou o oportunismo, mas tinha por obrigação ouvir alguém em seu auxílio, negar tal fato é aceitar a perspectiva de Marcos Antônio se perdendo em busca de alianças que nada puderam lhe ajudar na hora H. Os conselhos do Senado lhe foram uteis para salvaguardar Roma e seus cidadãos. Otávio evitou falhas notáveis que seus antecessores cometeram e ainda percebeu os riscos que correria. Essa qualidade anda por demais ausente entre os governantes de nosso tempo, que poderiam ter pessoas sábias ao redor para ajudar no governo.

Otávio foi prudente ao tomar medidas preventivas para iniciar o governo, por certo tinha noção da gravidade associadas as suas decisões naquele momento, gerou um mar de consequências inesperadas em toda região do mediterrâneo, suas evidências que duram até os dias atuais. A astúcia de César nesse caso provou por uma linha de pensamento que ele estava correto ao tomar essas decisões, e decidiu por sua vez salvaguardar o governo romano, ora destruído por razões externas e internas, ser governante é assumir riscos e sérias consequências que podem surgir ao longo do caminho. Em alguns momentos da vida de um governante, o silêncio assume o papel central e o recoloca num patamar de destaque, nesse caso Otávio seguiu essa proposição e resvalaram os possíveis oponentes á distância considerável do poder central por intermédio da eliminação.

Ele sabia adequadamente o que devia fazer no exato momento, não hesitou em nada tanto nos riscos quanto nas viáveis consequências que poderiam advir ao longo da existência do império, não se resumiu apenas aquele momento, mas pode ecoar até seu fim ou declínio. Apenas apontou para um norte que era necessário para o mundo antigo que jazia dividido em reinos decadentes e fracos sem moral política, Otávio viu que tudo isso poderia ser resolvido com as ações das legiões romanas e um poder político central que regesse progressivamente a cultura e a Realpolitik a que todos precisavam naquele instante. Os governantes atuais deviam olhar para o exemplo deixado por Otávio, não para seu imperialismo.

 

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