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Foi o Tubarão que separou o que o Mar uniu

tubaraoPor JJ Magodana

Um dia desses de muito frio deu uma vontade danada de mergulhar. Ir ao mar e pular água abaixo afundar-me na água do mar, mas não o suficiente para morrer afogado, tinha uma vontade louca de mergulhar na água, tomar banho de mar. Andei sem vontade, estava entre ficar em casa escutando os tombos de água da chuva que castigavam o telhado. Encontrei coragem para andar a esmo, fui andando quase me arrastando. A praia estava deserta. Eu caminhava apressado para o nada e o vento soprando no meu ouvido. O dia estava frio, chuviscava para variar. Nenhuma alma viva havia. Realmente era difícil encontrar alguém por ali, com aquele tempo. Para minha sorte a chuva já tinha parado quando cheguei à praia, como a premiar-me pelo esforço. Não pensei muito para mergulhar.  Arranquei a roupa e fui em direção à água para entrar com tudo sem pedir licença, mas quando estava já sentido a água nos pés pronto para o mergulho escutei uma voz do nada a incentivar-me a entrar. Parei, olhei. Foi então que vi uma figura feminina um pouco distante nadando: – venha a água está gostosa, não tenha medo, ela disse. Levei um susto, parei, gelei. Fiquei sem ação. Precisava fazer alguma coisa. Foi o que fiz, entrei correndo atrás da figura que me chamava. Quanto mais entrava mais distante ela ficava. A água estava na altura do meu pescoço, já sentia sal. Ela me chamava…Eu me afundando, me afogando. Não desisti, até que cai dentro duma coisa quente dentro da água, gritei minha voz sumia. Estava dentro da barriga do tubarão. Gritei, gritei, me mexia, quase morrendo sufocado, quando de repente o tubarão cuspiu, vomitou-me para além do alto mar. Cai ofegante na orla, sem coragem, sem forças, só com um pouco de mim. Senti ausência de mim, chorei de saudade de mim.

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