O multiverso 

Por Bia Campos

Após se passarem sete anos, Mary Lennox já  estava bem grandinha para tomar suas próprias decisões, afinal, ela já tem quase dezoito anos. Mary se tornou alguém que muitos não acreditariam que ela se tornaria, uma jovem feliz, bondosa, e amigável. Sobre sua aparência? Bom, agora a senhorita Lennox engordou, sua pele não é mais amarelada, seus cabelos não são mais ralos, e a feição dela é de alguém agradável. Em um dia, Mary decidiu se mudar da casa de seu tio, pois queria construir sua vida de forma que não o atrapalhasse. Ela arrumou suas malas e decidiu se despedir no dia do seu aniversário de dezoito anos. Chegando no escritório do seu tio Craven, que estava lendo, falou:

– Tio, eu preciso te falar uma coisa importante – disse Mary feliz com sua escolha.

– Pode me falar Mary – Respondeu seu tio.

– Então, eu queria dizer para o senhor que vou me mudar, e queria saber, o que acha disso?

– Oh! Eu sabia que esse momento chegaria, só não achava que o tempo passaria tão rápido – disse ele soltando uma pequena gargalhada.

 Bom, Mary, você é livre para viver sua vida e realizar os seus sonhos! fico feliz de perceber que a pequena Mary se tornou uma jovem tão independente.

– Obrigada, tio, sou muito grata por tudo o que você me fez! Agora, estou indo. Depois dessa fala, eles se abraçaram, e Mary foi para o lado de fora da mansão.

 Chegando do lado de fora, ela pretendia ir até o metrô, para depois ir para o aeroporto, mas, encontrou Colin e Dickon indo para o mesmo lugar que ela ia.

– Mary, Mary, você quer ir conosco? Vamos para o metrô, e depois para o aeroporto – Disse Dickon.

– Quero sim.

– Para onde vocês compraram a passagem de vocês?

– Fale você primeiro prima – falou Colin.

– Nós falamos juntos no três! – Disse Dickon. Um… Dois…Tres!

– Para o planeta terra – Os três gritaram ao mesmo tempo.

– Que legal – Colin falou com empolgação.

Já no avião, se passaram algumas horas, ele teve que aterrissar um pouco antes, pois teve risco de cair. Como eles queriam chegar o mais rápido possível, foram andando pelo deserto mesmo.

– Principezinho, Principezinho, onde está você? Escutaram uma voz gritando, e foram ver quem era. 

– Quem é você? – Perguntou Mary

– Eu sou Aviador, muito prazer. 

-Já ouvi falar sobre você, mas, principezinho?

– Ah, sim, o Pequeno Príncipe. 

– Oi, pessoal, eu me chamo Otto, queria dizer que o Pequeno Príncipe está comigo aqui perto, pois encontrei ele perdido, se vocês quiserem podem vir junto comigo e com o Aviador, além de tudo, está escurecendo, vamos lá.

– Chegamos, o pequenino está ali – Disse Otto. 

– Pequeno príncipe, que bom que estava aqui – Falou o Aviador feliz.

– Sim, estou bem Aviador.

  Otto, cedeu alguns quartos para seus cinco visitantes passarem a noite em sua casa no deserto. No dia seguinte, Otto falou para seus visitantes que teria que fazer algo importante no mundo de Oz, e que eles teriam que ir com ele. Otto parecia muito irritado com algo, estava parado em frente a lareira planejando alguma coisa, quando de repente, Ele diz:

– Pessoal, vamos a Oz agora!                     

E todos o seguiram, afinal, Otto era uma boa pessoa, só estava de mau-humor. Depois de  saírem do deserto (que fica perto de Oz), no carro de Otto, foram para o local  que Otto queria ir, chegando no meio do caminho, Otto falou preocupado:

 – Estou sentindo a presença dele…

– De quem? – Falou o Aviador já com um pouco de estranheza.

– O, Ne, Necro!

– Quem ele é?

-Olhos pretos como a noite mais sombria do obscuro, e chifres longos. Ninguém sabe ao certo que tipo de criatura ele é, só se sabe que ele vem tentando acabar com o planeta terra, onde está a minha casa e só ela, porque, ele destruiu minha família, e é por isso que quero me manter distante, não sei o que eu seria capaz de fazer com ele. Ainda bem que esse sentimento passou, ele deve estar aqui por perto.

Eles continuaram sua viagem, Otto estava dirigindo, mesmo que pensativo, estava focando somente em chegar em Oz. Eles chegaram, Otto desceu do carro e pediu para esperarem um pouco, chamou apenas o aviador, que era mais velho que os adolescentes (Otto tem 36 anos e o aviador tem 39), por isso o chamou, queria conversar com alguém durante a caminhada em busca de alimentos. 

Mary e Dickon ficaram a sós, pois o pequeno príncipe e o Colin estavam conversando do lado de fora do carro, eles estavam conversando sobre o medo deles de Necro, pois eles escutaram Otto e o Aviador conversando, ao ficar conversando do lado de fora do carro, o Pequeno Príncipe e Colin se tornaram amigos. Como estavam sozinhos Dickon declarou seu amor por Mary:

– Mary, eu preciso te dizer uma coisa.

– Pode dizer, Dickon.

– Às vezes em que eu ia conversar com você no jardim secreto, e te ajudar a arrumar ele Mary, eu comecei a gostar de você, e quero saber, se você aceita namorar comigo?

– Dickon, eu também gosto de você, desde quando te vi embaixo de uma árvore tocando sua flauta rústica de madeira, então sim, eu aceito. Assim, após o pedido eles ficaram juntos, mesmo sem contar a ninguém.

Quando Otto e o aviador voltaram, Otto disse:

– Voltamos. E Mary falou:

–  O que vocês estavam fazendo?

– Fomos buscar alimentos para o resto de nossa viagem – Respondeu Otto.

Todos comeram, e Otto ligou o carro para entrar no meio de Oz.

– Chegamos, querem  vir comigo, ou seguirão para o caminho de vocês?

– Nós não temos um caminho – Disse o aviador 

– E vocês?

– Nós? Bem, íamos a terra, mas como já estamos aqui e o lugar é mais seguro podemos ficar por aqui, o que acham Dickon e Colin?

– Eu faço o que você preferir Mary – Respondeu Dickon

– Eu estou com medo, não quero ir Mary – Disse Colin com medo do que poderia acontecer 

– Bom, então eu posso ficar por aqui com você Colin, enquanto eles não voltam – Disse Dickon a Colin compreendendo seu medo

– Posso ficar com vocês? – Falou o Pequeno Príncipe não querendo ir ao meio de Oz

– Claro – Falou Dickon.

Assim, todos (que quiseram) foram com Otto a Oz, não sabiam as coisas que aconteceriam, afinal, Otto só estava indo para Oz para recuperar seu castelo.

Chegando no começo da estrada, Otto avistou uma pessoa, mas, aquilo não era uma pessoa, era um espantalho.

-Olá pessoal – Disse o espantalho não reconhecendo nenhum deles

-Ola, quem é você? – Falou Otto

-Eu sou o espantalho

-Interessante 

-Você quer se juntar a nós para essa jornada?

-Ah sim, eu amo jornadas, me lembra de uma muito emocionante que tive com uma amiga minha do passado, Dorothy.

Eles foram andando juntos e encontraram o leão, e ele falou:

– Olá, pessoal

– Amigo leão, que bom te ver aqui!

– Otto esse aqui é o leão, pessoal esse aqui é o leão.

– Oi, pessoal eu sou o leão prazer em conhecer vocês 

– Olá, leão – disse Otto.

Eles continuaram seu caminho mais uma vez, e encontraram o homem de lata.

– Homem de lata quanto tempo – Falou o leão

– Quanto tempo amigos, quem são eles?

– Ah sim, Otto, pessoal, esse aqui é o homem de lata, ele também embarcou em uma viagem, junto comigo, com o leão e Dorothy, a um tempo atrás

– Oi homem de lata – Falaram todos ao mesmo tempo.

Agora havia algo diferente, o leão era corajoso, o homem de lata tinha um coração, e o espantalho tinha um cérebro, e isso, era muito bom, afinal, Otto precisaria de muitas qualidades durante a sua viagem, porque agora ele era apenas um ser humano comum, e ainda assim ele precisaria de mais alguém que realmente fosse poderoso, e do bem.

– Otto, podemos te ajudar a encontrar o seu castelo – Disse Mary

– Na verdade, eu não estou em busca de meu castelo, eu sei onde ele está, ao invés de me ajudar a achar o meu castelo, vocês podem me ajudar a achar a chave dele, que Necro roubou quando foi a terra, e destruiu muitas coisas.

Assim eles foram em busca da chave, quando estavam andando encontraram uma cratera enorme no chão.

– E agora, o que faremos? – Falou Otto intrigado com a situação

– Não sabemos! – Disse o aviador que estava quase o trajeto calado 

– Eu tenho uma ideia, só preciso que vocês me ajudem, Mary e Aviador, peguem madeiras para mim, Leão e Homem De Lata, peguem cipós para mim.

Assim, eles foram em busca de todas as coisas que o espantalho com seu cérebro inteligente pediu.

– Chegamos- Falou o Leão 

– Chegamos – Disse Mary 

– Ótimo- falou o Espantalho.

Agora, com seu cérebro pensante, o Espantalho construiu uma ponte usando as coisas que havia pedido.

– Prontinho, podem passar amigos

– Nossa, Espantalho, você realmente é muito inteligente! – Disse Otto surpreso com tamanha construção.

Eles continuaram a jornada e acharam um urso muito grande.

– E agora o que faremos? – Disse Mary com muito medo do urso 

– Tenho uma ideia! – Disse o Leão feliz por poder ajudar 

– Olá amigo urso

– Olá caro Leão, finalmente alguém veio falar comigo, todos que chegam aqui correm de medo 

– Claro que eu não faria isso com você, mas, você poderia ir descansar em um lugar um pouco mais longe, meus amigos e eu precisamos passar por aqui!

– Claro amigo Leão, já estou indo.

Assim, quando o urso foi embora o Leão disse:

– Pessoal, podemos ir, conversei com o urso e ele  já foi embora

– Você foi tão corajoso Leão, admiro muito  sua coragem! – Disse Otto com espanto, pois nunca teria coragem de falar com um urso imenso como aquele.

Foram andando mais um pouco, não faltava muito para chegarem no castelo. Ao chegar em um lugar, avistaram uma bruxa.

– Vocês não passarão aqui, pois meu amigo está machucado, irei lançar um feitiço do sono profundo naquele que tentar passar! – Disse a Bruxa com um semblante triste

– Bruxa, me deixe conversar com você, eu sei que você não é ruim, só quer proteger seu amigo, mas meus amigos e eu queremos passar – Falou o Homem De Lata, com uma imensa bondade e tamanha paciência com a bruxa, entendendo que ela estava em uma situação delicada.

– Eu não posso, se algum de vocês ferir meu amigo, acabo com todos, e não quero machucar ninguém

– Bruxa, te dou minha palavra, nos deixe passar!

– De que vale suas palavras, se não tenho certeza de suas atitudes, e não sei se irá cumprir com aquilo que me diz?

– Tudo bem bruxa, você não me parece muito bem, o que aconteceu? Você quer conversar comigo sobre o que fizeram com o seu amigo?

– Quero sim.

Após a Bruxa dizer isso, o Homem De Lata com seu bom coração se aproximou dela, e ajudou a curar seu amigo (que foi embora correndo de medo).

– Bom, Homem De Lata, não é?

– Sim

– Você foi o único que me ajudou, mesmo eu sendo uma bruxa assustadora e muito poderosa, com poderes muito fortes, por isso deixarei você e seus amigos passarem, parabéns por seu coração gentil, e por ser tão compreensível.

– Bruxa, você pode ser assim também!

Todos passaram por onde a bruxa estava e Otto falou:

– Homem De Lata, seu coração bondoso nos ajudou muito, obrigado

– De nada Otto.

Quando já estavam quase do outro lado do caminho, Otto gritou:

– Bruxa 

– Olá, caro, precisa de algo?

– Sim, bruxa, eu sou o Otto, e se não for te incomodar você poderia vir conosco?

– Claro Otto, mas, por quê?

– Escutando a conversa, ouvi que você é  muito poderosa, e isso me ajudaria caso, uma pessoa específica aparecesse

– Vou sim – Respondeu a bruxa feliz, pois percebeu que Otto era um bom ser humano.

Finalmente chegaram ao castelo, e Otto falou:

-Pessoal, agora que chegamos, me ajudem a achar a chave, me lembro apenas que ela está em um baú dourado.

Depois de Otto dizer isso, todos foram em busca da chave.

-Otto, o que você fará com essa chave, depois que algum de nós acharmos ela? – Disse mary

– Eu preciso encontrar para que ela não caia nas mãos erradas Mary, dentro deste castelo aqui, tem muitas coisas valiosas!

– Agora eu te entendo Otto.

Assim, voltaram a procurar a chave. Passaram algumas horas e Otto achou a chave.

-Pessoal, aqui está a chave, eu irei apenas no castelo, e já volto, me esperem aqui!

Bastou Otto dizer isso, que escutou uma voz do além, dizendo:

-Não acredito que você está cruzando o meu caminho de novo Otto

– Necro, eu não quero confusão!

– Você sempre com a mesma aparência não é mesmo, Otto, não mudou nada, nada mesmo, olhos azuis, cabelos ruivos, asas brancas, a única diferença é que agora você não tem mais poderes.

– Claro que não tenho, você os destruiu, e junto destruiu minha família, nunca irei te perdoar!

– Otto, sinceramente, as coisas que fiz no planeta terra, foi tudo para tirar seus poderes, minha intenção nunca foi ferir sua família, lamento que eles não tenham resistido, mas, agora tenho o que quero, você é só um simples ser humano Otto, e felizmente posso acabar com você e ficar com suas riquezas

– Pessoal, para traz da árvore rápido, se escondam! – Disse Otto com um olhar de raiva e ao mesmo tempo medo e tristeza

– E agora Otto você irá fazer algo? Imaginei, você não pode fazer nada, você é apenas um ser humano inútil!

Após Necro dizer isso,  atacou Otto com uma espada mágica, mas, havia algo que Necro não sabia, ele pode até ter ferido Otto, que ficou caído no chão, mas parece que Necro não sabia sobre as amizades dele.

-Otto, recomponha-se, não irá fazer nada? você é mesmo um covarde!

– Então você é o Necro não é mesmo? sinto muito em lhe informar, mas eu tenho poderes e não permitirei que você toque mais nem um dedo em Otto

– E você irá fazer o quê? me lançar um feitiço?

– Além de lançar feitiços você tem bola de cristal? Sim! – Disse a bruxa dando uma grande gargalhada.

Depois que a bruxa disse isso, ela lançou um feitiço em Necro que o deixou preso no ar, e com a outra mão lançou um feitiço de cura em Otto, e ele se levantou do chão com suas asas batendo novamente e seus poderes funcionando.

-Otto? como você ?

– Não fale mais nada Necro já me cansei disso, por onde você passa tudo o que faz é causar dor nas pessoas, acabou, eu vou destruir você antes que acabe machucando mais alguem!

– Otto – Gritou Necro

– Deixarei você dizer, fale!

– Eu quero me desculpar, tente me entender

– Tentar entender alguém que tentou acabar comigo? mas, explique-se

– Eu nunca quis acabar com sua família, nem fazer nada com você, só queria um pouco de sua popularidade e riqueza, mas minhas ambições falaram mais alto, me perdoe Otto, se você me soltar nunca mais toco em nada, e nem em ninguém – Falou Necro com um rosto de tristeza (mas dava para perceber que ele não havia se  arrependido verdadeiramente).

– Olha, eu vou deixar você ir, mas, se você ousar fazer mal a alguém não serei tão piedoso

– Claro Otto!

Assim, Otto pediu para a bruxa soltar Necro, ela o soltou, mas antes falou:

-Otto, você o ira soltar mesmo? Mesmo depois de tudo que ele lhe fez?

– Sim, bruxa pode soltá-lo!

– Pessoal vocês podem sair de trás da árvore, Necro se foi!

– Que bom Otto, já estávamos ficando com medo – Falou o aviador aliviado

-Mary, você quer ir de volta com seus amigos? – Disse Otto disposto a levar ela 

– Quero sim Otto

– Você quer ir de volta com o pequeno principe aviador?

– Quero sim, meu amigo Otto

– Vou entrar no castelo para averiguar se as coisas estão em ordem no seu interior, e nós podemos ir.

Otto olhou dentro de seu castelo, para ver se Necro não tinha pego nada de valor, mas, felizmente ele não pegou.

– Pessoal, está tudo em ordem podemos ir

Otto levou todos para seus respectivos ambientes desejados, e voltou de novo a Oz onde fica seu castelo.

Passaram mais de dez anos e todos são oficialmente adultos. Agora Mary e Dickon se casaram e moram em uma casa juntos, no planeta terra. O aviador foi morar em uma casa no deserto junto com o Pequeno Príncipe e com Colin, na casa que Otto os deu. E Otto  têm seus poderes de volta, pois agora tudo está sob o seu controle.

Otto, voltou para seu castelo, pois fazia anos que  “deixou” Necro ir embora, mas, estava durante esses dez anos fazendo um novo plano, mas agora, ninguém poderia lhe dizer o que fazer.

Em um dia, que Necro não imaginava, Otto apareceu em frente a sua casa, Necro quando o avistou ficou muito surpreso, afinal Otto o disse que havia lhe perdoado, mas, para a infelicidade de Necro e a satisfação de Otto, não tinha, e Otto olhou no fundo de seus olhos e disse:

– Pensou mesmo que escaparia? achou mesmo que eu o perdoaria? após fazer tudo aquilo.

Após essa fala, ninguém soube as coisas que aconteceram naquele dia, naquela hora, ninguém soube o que Otto fez ou deixou de fazer naquele momento. Mas Otto saiu de dentro da casa com uma feição de satisfação e felicidade.