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Por Jahmaycon
Estava eu sentado na sala dos professores durante o intervalo, sem prestar muita atenção às conversas que rolavam a minha volta, imerso em meu mundo de pensamentos, como de costume, quando uma colega teceu um comentário que me chamou bastante atenção: “como esse povo reclama de tudo”, foi o comentário dela.
Os motivos de meu interesse foram dois em especial: o primeiro pelo ato em si de focar o pensamento nas coisas negativas, que normalmente deixa a mente do indivíduo ainda mais pesada que de costume, em se tratando de professores então nem se fala, pois talvez a única área que seja mais estressante seja lidar com criminosos, (policiais, agentes penitenciários etc) ou profissionais de saúde; o segundo motivo foi perceber se eu estou indo nesse caminho e procurar me cuidar para não incorrer no mesmo erro.
Vendo tantas lamentações fica aquela sensação de que para ser aceito no grupo, não se deve falar de coisas boas. Que se você não tem nada do que reclamar ou está sendo privilegiado ou é puxa saco do sistema, no caso da escola a direção ou secretaria de educação. Logo após ela entrar no assunto, paramos para refletir sobre a ausência de comentários positivos durante os intervalos ou reuniões entre docentes. É assustadora essa escassez. Seja sobre os estudantes, seja sobre os gestores ou ainda sobre a rotina, a sociedade, a regra é reclamar.
Depois dessa conversa passei a prestar mais atenção aos comentários e às reações. Realmente a situação não está fácil para quem busca compartilhar coisas boas. O assunto não encontra coro, os olhares são de reprovação; fica até aquele sentimento envergonhado por ter ousado mudar tal paradigma. Fica isolado aquele que está contente e ousar demonstrar isso. Mas antes sozinho com pensamento positivos do que em grupo com pensamentos negativos.
Então, diante de tal situação eu também vou reclamar. Assim como Raul Seixas fez uma música para reclamar de quem reclama, eu vou fazer uma crônica para reclamar de quem reclama. Mas a minha reclamação é um manifesto pelos comentários positivos. Pergunta: será que a situação dessa galera está tão ruim, mas tão ruim que não haja nada de bom para compartilhar? Tenho certeza que não, por mais conturbada que esteja a mente de um profissional da educação, sempre haverá momentos bons para serem compartilhados, é uma questão de escolha, então vamos compartilhar mais pensamentos positivos e experiências alegres do que o oposto. Quem sabe assim não ficamos mais atentos para perceber aquilo que verdadeiramente deve ser alvo de nossas queixas: as injustiças, a opressão, o abuso e a falta de humanidade no ambiente de trabalho.
JahMaycon – Jornal Choraminhices
5 Responses to Eu também vou reclamar